Por Reuters
Publicada em 06/09/2021 às 15h12
O papa Francisco está procurando apaziguar as preocupações de judeus a respeito de comentários que ele fez sobre seus livros da lei sagrada após uma exigência de esclarecimento dos principais rabinos de Israel, disseram fontes do Vaticano e da comunidade judaica nesta segunda-feira.
No mês passado, o rabino Rasson Arousi, presidente da Comissão do Grande Rabinato de Israel para o Diálogo com a Santa Sé, escreveu uma carta dura ao Vaticano, dizendo que os comentários de Francisco pareceram insinuar que a Torá, a lei judaica, está obsoleta.
Em uma audiência geral do dia 11 de agosto, o papa disse: "A lei (Torá), entretanto, não dá vida."
"Ela não oferece o cumprimento da promessa porque não é capaz de ter o poder de cumpri-la... aqueles que buscam vida precisam contemplar a promessa e seu cumprimento em Cristo."
A Torá, os cinco primeiros livros da Bíblia Hebraica, contém centenas de mandamentos para os judeus seguirem na vida cotidiana. A medida da obediência à vasta gama de diretrizes varia entre judeus ortodoxos e judeus reformados.
Arousi enviou sua carta ao cardeal Kurt Koch, cujo departamento no Vaticano inclui uma comissão para relações religiosas com os judeus.
Francisco pediu que Koch explicasse que suas palavras, que refletiram os escritos de São Paulo no Novo Testamento, não deveriam ser vistas como um julgamento da lei judaica, disseram as fontes.