Por Waldir Costa / Rondoniadinamica
Publicada em 04/09/2021 às 10h37
A célebre frase do ex-governador de Minas Gerais, Magalhães Pinto: “Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”, continua sendo atual. A citação do político mineiro se encaixa muito bem na política de Rondônia, com vistas às eleições gerais do próximo ano, no que se relaciona ao governo do Estado, senado e Câmara Federal.
Vários políticos, nomes de considerável potencial eleitoral, ou seja, que têm poder de voto estão se preparando para concorrer nas eleições do próximo ano, que também elegerão o novo presidente da República, deputados federais e estaduais, governadores, e uma das três vagas de cada Estado e do Distrito Federal ao Senado. Em Rondônia a mobilização nos bastidores é intensa, inclusive com vários políticos considerados de ponta mudando de partido ou já consolidando uma candidatura a um dos cargos eletivos para as Eleições 2022, de outubro do próximo ano.
O ex-governador Ivo Cassol, do PP, tem problemas com a Justiça, mas seus assessores garantem, que ele terá condições de concorrer, sem recorrer a liminar, à sucessão estadual no próximo ano. Negar ou não reconhecer, que Cassol é nome em condições de novamente governar Rondônia é não ter um mínimo de conhecimento da política regional. Livre para concorrer, Cassol é um adversário difícil de ser batido.
O PSDB, que é presidido no Estado pela deputada federal Mariana Carvalho enfrenta crise interna. Ultimamente os tucanos vêm perdendo muitas penas devido a conflitos internos de suas mais fortes lideranças. O Ex-senador Expedito Júnior tem o compromisso de apoiar o senador Marcos Rogério, que preside o DEM no Estado e candidato a governador.
A presidente Mariana Carvalho tem o prefeito de Porto Velho, reeleito em novembro último como nome do partido a governador, por isso o impasse entre ela com o grupo liderado por Expedito Júnior, que durante anos presidiu o PSDB em Rondônia, mesmo durante um longo período sem mandado, o que demonstra sua força junto ao diretório nacional. Júnior deverá deixar o partido, junto com ele o compadre e deputado estadual Laerte Gomes (PSDB/Ji-Paraná) para se filiarem ao PSD, partido comandado em Rondônia pelo deputado federal Expedito Netto, filho de Júnior.
O prefeito Hildon Chaves já vem mudando o seu comportamento nas ações de governo. Não há dúvida que ele realmente estará na disputa pelo cargo de governador no próximo ano. Como realiza uma administração satisfatória, que inclusive garantiu sua reeleição, coloca o pé no acelerador e não há dúvida, que será um adversário difícil de ser batido. Porto Velho tem hoje mais de 330 mil eleitores.
O MDB tem dois nomes em condições de concorrer a governador e com possibilidades de sucesso em 2022. Apesar de negar publicamente, o senador Confúcio Moura, que já foi governador em dois mandatos seguidos é o nome do partido para o cargo. Confúcio sempre foi “fechado em copas” e nunca adianta o seu futuro político. Sabe esconder o jogo.
O ex-presidente da Assembleia Legislativa, Maurão de Carvalho é a segunda opção do MDB. Foi candidato em 2018, após uma tumultuada convenção e não disputou o segundo turno com Expedito Júnior (PSDB), o mais bem votado no primeiro turno, porque o atual governador, Marcos Rocha, na época no PSL, hoje sem partido, foi o segundo colocado no primeiro turno com 10.001 votos à frente de Maurão. No segundo turno Rocha superou a Júnior e se elegeu governador.
O candidato natural do PDT seria o senador Acir Gurgacz, que nunca negou, que governar Rondônia é um dos seus projetos políticos. Acir está inelegível e dificilmente terá condições de concorrer nas eleições de 2022. Existe a possibilidade de uma parceria com o Solidariedade, presidido em Rondônia pelo ex-governador Daniel Pereira, que garante que seu objetivo é o Senado e não o governo. Mas há possibilidades de Daniel concorrer ao governo com o apoio do PDT.
O PSB também tem o futuro político-eleitoral indefinido. Existe a possibilidade de uma parceria com o Podemos, que tem como presidente o deputado federal Léo Moraes, que projeta uma candidatura a governador. A parceria com o PSB, do presidente regional, deputado federal Mauro Nazif, tem o ex-deputado estadual Jesualdo Pires, de Ji-Paraná, que formaria uma dobradinha com Moraes, mas na condição de vice.
Mesmo parceiros não estaria descartada a possibilidade de Léo Moraes concorrer ao Senado ou à reeleição e Jesualdo Pires sendo elevado a condição de candidato a governador. E Léo Moraes tem um ótimo nome para concorrer a vice de Jesualdo, como domicílio eleitoral em Porto Velho, a ex-vereadora Cristiane Lopes. Ela disputou a prefeitura de Porto Velho em novembro de 2020, foi para o segundo turno e perdeu para Hildon Chaves, que obteve 54,45% dos votos e Cristiane 45,55%, menos de 18 mil votos, em um colégio eleitoral superior a 330 mil votos. Não foi uma reeleição fácil para Hildon.
Jesualdo também tem potencial de voto no Estado. Somou mais de 195 mil votos nas eleições ao Senado em 2018. Uma dobradinha Jesualdo/Cristiane não está descartada e, caso seja formatada, terá enormes chances de sucesso, pois ambos são bons de votos.
O senador Marcos Rogério, presidente do DEM em Rondônia também desponta como candidato de forte potencial eleitoral. Ele é candidato a governador e, com o apoio do amigo e ex-senador Expedito Júnior, deputado federal Expedito Netto e deputado estadual Laerte Gomes é ocupante de peso eleitoral na lista dos candidatos em condições de sucesso em 2022. Rogério foi eleito senador em 2018 com 324.939 votos, o mais bem votado no Estado.
O PT deverá concorrer com o ex-deputado federal Anselmo de Jesus, que preside o diretório regional. O partido também tem outros nomes em condições de concorrer à sucessão municipal, como do professor Ramon Cujuí, que disputou à Prefeitura de Porto Velho em 2020. Cujuí é a liderança emergente do partido, mas deverá concorrer a deputado federal ou estadual com chances reais de se eleger. Anselmo já foi deputado federal e tem uma boa presença na cúpula do partido, mas o nome de maior evidência, hoje, é de Cujuí.
O governador Marcos Rocha, hoje sem partido, mas que certamente deverá retornar para o PSL, partido que se elegeu em 2018, hoje presidido em Rondônia pelo secretário de Estado da Agricultura, Evandro Padovani ganha terreno de forma gradativa, mas segura. Sua administração, que caminhava a passos lentos, ganhou fôlego com o lançamento, este ano, dos programas “Tchau Poeira” e “Governo na Cidade”, de pavimentação urbana e revitalização de áreas de lazer no período urbano, respectivamente, dentre outros, que certamente terão reflexos na política do próximo ano.
Os bastidores da política de Rondônia, visando as eleições do próximo ano estão espelhados na Opinião de hoje. Mas temos que levar em consideração a sábia frase de Magalhães Pinto: “Política é como nuvem...”.