Por Rondoniadinamica
Publicada em 08/10/2021 às 10h42
Porto Velho, RO – Com sinal verde para a criação do superpartido União Brasil, fruto da fusão do DEM com o PSL, o presidente da nova agremiação, Luciano Bivar, colocou tanto governador quanto senador de Rondônia, Marcos Rocha e Marcos Rogério, respectivamente, numa sinuca de bico em relação ao presidente da República.
Em entrevista ao “O Globo”, Bivar deixou claro: “Filiados ao União Brasil terão que se adaptar ou seguir outro caminho”.
Se adaptar, no caso, significa abrir mão do apoio encaminhado a Jair Bolsonaro, atual regente do Palácio do Planalto, porquanto a agremiação não conserva intenção de seguir pelo caminho da reeleição.
A sigla quer candidatura própria ano que vem; especulação lançada pela Revista Veja, em sua versão online, dá conta de que há uma ala na legenda visando sacramentar o nome do ex-juiz Sérgio Moro, que chegou a ser ministro da Justiça no governo federal, a fim de que este entre na peleja como a famigerada terceira via.
Apesar de os xarás Marcos-Marcos se encontrarem na mesma situação delicada, para Rocha a solução soa tanto quanto mais complicada: ele, há pouco, foi designado como presidente regional do quase extingo PSL, e, dias atrás, sacramentou-se sua liderança envolta ao União Brasil rondoniense.
Em suma, o chefe do Executivo estadual já está atrelado desde já a compromissos internos enquanto Rogério, voando solto na CPI da COVID-19 como membro governista, sabujo do Alvorada, mantém um pouco mais de liberdade para tomar decisões sobre o futuro. Isto porque no caso do congressista, escorraçado como lideranças nos planos traçados por Bivar e ACM Neto, pelo menos em Rondônia, tem maiores condições de formular melhor suas pretensões.
Aliás, a realidade é que para Marcos Rogério só restou o bolsonarismo como tábua de salvação, vez que acabou sobrando na partilha de Poder na nova formatação do DEM com o PSL.
Será, nos próximos meses, muito interessante observar como a dupla de políticos irá agir sobre seus laços com Bolsonaro e amarras de política interna.
Entretanto, já é possível considerar, de antemão, que Rogério “comeu poeira” e “ficou para titia” enquanto os caciques tomaram decisões às suas costas.
O futuro dirá quem acertou hoje.