Por Professor Nazareno
Publicada em 14/10/2021 às 07h43
Aos olhos do mundo civilizado, o Brasil de hoje é um pária internacional. De hoje e de sempre. E a culpa não é somente do atual presidente Jair Bolsonaro. De um modo geral, nós nunca fomos levados a sério como nação. Isso apesar de possuirmos a quinta maior área em quilômetros quadrados e a sexta maior população do mundo com mais de 213 milhões de pessoas. Um ex-presidente francês teria dito que “o Brasil não é um país sério”. Há mais de meio século que figuramos entre os países de maior PIB do planeta. Somos hoje um dos maiores produtores de alimentos, temos os maiores rebanhos comercializáveis e somos os proprietários das maiores extensões de terras agricultáveis do mundo. Isso sem falar nos mais de sete mil quilômetros de litoral e uma riqueza incalculável em recursos minerais e vegetais, além de uma vasta biodiversidade.
Apesar de toda esta grandeza, de toda esta riqueza, de toda esta pujança, o nosso país patina quando o tema é qualidade de vida de seus habitantes. Com mais de 20 milhões de famintos e miseráveis, o Brasil envergonha o mundo com as suas “filas do osso”. Muitas pessoas daqui vivem bem pior do que os habitantes de muitos países da África subsaariana. Osso, pelanca, restos de animais, pés de galinha, banda de feijão, têm sido a triste dieta forçada de muitos brasileiros famintos. “Pelos campos, há fome em grandes plantações”, diz a letra da música Caminhando de Geraldo Vandré, que por dizer esta verdade vista até hoje, foi preso, torturado e perseguido pela assassina e cruel Ditadura Militar. E não adianta dizer que este ou aquele governo tentou acabar com a nossa eterna miséria. Todos eles, sem exceção, são responsáveis pela tragédia nacional.
O atual governo de Jair Bolsonaro pouco ou nada fez para enfrentar essa questão da fome e da miséria dos brasileiros. Assim como os governos de esquerda. Nos poucos anos à frente do país, Lula e os esquerdistas se preocuparam apenas em “dar o peixe e não ensinar a pescar”. Os petistas, além de terem roubado como ninguém, não se preocuparam em mudar o país investindo, por exemplo, em educação de qualidade. Nunca houve neste lugar um governo de fato comprometido com as aspirações dos mais pobres. A nossa atual situação de penúria vem se perpetuando com o passar dos séculos. Entra governo e sai governo e a pobreza, a miséria e a fome continuam firmes e fortes como se fosse normal uma grande potência agrícola e grande produtora mundial de commodities ter miseráveis que mendigam o pão de cada dia. Somos vergonha mundial.
Quando não somos governados por fascistas, somos governados por ladrões. Como disse um leitor: “em 2018, a boiada desprezível e ignorante caiu no canto da sereia entoado pela extrema-direita, rica e dominadora, que, há muito tempo, escraviza a classe trabalhadora do país para enriquecer sempre mais. Triste ignorância dos adoradores do ‘Mito’. Agora estão vendo que ele foi apenas um miliciano radical e bandido, escolhido pelos ricos para continuarem no poder”. O Brasil nunca ganhou um Prêmio Nobel, nunca ganhou um Oscar, praticamente nunca recebeu uma condecoração internacional de que possa se orgulhar. Este país só terá futuro promissor se investir em educação de qualidade para as futuras gerações. Boas escolas, boas universidades, bons centros de pesquisa. Sem isso, seremos o que sempre fomos: NADA. E não adianta quintuplicar a produção de alimentos. Com esta política, sempre haverá fome e miséria.
*Foi professor em Porto Velho