Por Ananda Carvalho, Marina Espíndola e Rebeca Barca
Publicada em 15/10/2021 às 13h14
O Governo de Rondônia, por meio da Secretaria de Estado da Educação de Rondônia (Seduc) atendendo a recomendação do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e em parceria com o Ministério Público (MP), União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) implantou nas escolas, a estratégia “Busca Ativa Escolar”, com o tema“Fora da escola não pode!” visando registrar, controlar e acompanhar alunos que estejam fora da escola ou com risco de evasão.
Em virtude da pandemia ocasionada pelo coronavírus, muitos pais abdicaram de buscar às atividades impressas nas unidades escolares, disponíveis para alunos com maiores dificuldades com internet ou equipamentos eletrônicos. A gestora da Escola Estadual de Ensino Médio em Tempo Integral Simon Bolívar de Guajará-Mirim, Liliane da Costa Furlanetto, garante que a equipe acompanha desde a entrega do material ao estudante, para que ele possa compreender, até o momento do recebimento das atividades, correção do professor e devolutiva. “São pequenas ações que dão credibilidade à escola, incluem a família e culminam na permanência dos estudantes”, explica.
Segundo Liliane, em 2021 foi necessário intensificar o trabalho pedagógico de busca aos alunos. O estabelecimento de ensino promoveu o dia “D” no mês de abril, onde professores e a equipe técnica realizaram uma mobilização presencial para resgatar os alunos que abandonaram as atividades. “Os estudantes estavam matriculados mas, não ativos. Esse trabalho vem acontecendo desde o ano passado e estamos buscando, estar mais presentes por meio da tutoria”, explica.
ESTRATÉGIA
Cada escola coloca a estratégia de busca em prática, por meio de visitas domiciliares na cidade, nas periferias, na zona rural, por telefonema, panfletos, e-mails, chamadas nas rádios e canais de televisão locais, avisos em carros de som nas ruas ou até mesmo deixando recados nos pontos comerciais em bairros das comunidades escolares. Gestores das redes estadual e municipal de ensino tem acesso ao programa e podem por meio de áreas como educação, saúde, assistência social atuar para a eficiência deste projeto que culmina, basicamente, na identificação, matrícula ou rematrícula do estudante.
De acordo com Kary Jean Falcão, chefe do Núcleo de Planejamento e Avaliação Externa, por intermédio da Busca Ativa Escolar, municípios e estados possuem dados concretos que possibilitarão planejar, desenvolver e executar políticas públicas que contribuam para a inclusão. A ferramenta funciona com o acesso de ‘agentes comunitários’ que procuram saber a situação daqueles que estão fora dos estabelecimentos educacionais, coletando as informações básicas sobre as causas que contribuíram para que estes se evadissem da escola ou que nunca frequentaram.
“Com base na notificação destes dados, a plataforma produz sinal de alerta às Secretarias Municipais de Educação do Estado indicando a necessidade de medida para que estas crianças e adolescentes retornem à rede municipal ou estadual”, complementa Kary Jean Falcão.
FORTALECIMENTO
Irany Oliveira, diretora-geral de Educação, explica que a adesão à plataforma da Unicef fortaleceu e consolidou o trabalho já realizado pela Seduc. “O afastamento da escola foi uma das preocupações da Secretaria e antes de fazermos esta adesão, já havíamos notado a falta de acesso as aulas de alguns alunos e dos pais que reduziram as buscas das atividades impressas. Temos caminhado juntos aos órgãos de Rondônia para fortalecer as várias frentes do trabalho educacional e os resultados já surgiram, uma vez que os pais têm atendido a esse chamamento e muitos alunos estão retornando a usufruir do que a escola tem ofertado, mesmo que de forma híbrida”, afirma.
“Cada escola fez o levantamento daqueles alunos que estavam afastados e o projeto tem por objetivo resgatar esses estudantes. O colégio sabe qual o aluno que não fez o acesso à plataforma de aula virtual ou que consta que não foi buscar as atividades impressas. Este estudante aparece como um aluno que não mais compareceu à escola. Também pudemos auxiliar na resolução de problemas relatados por algumas famílias e que tem interferido nos estudos daquele aluno”, esclarece Irany.