Por Waldir Costa / Rondoniadinamica
Publicada em 30/10/2021 às 10h20
A construção de uma candidatura a governador não está limitada ao cabeça da chapa, mas sim a uma série de fatores. E um dos mais importantes, fundamental numa campanha eleitoral é o candidato a vice, que deve ser escolhido com o máximo de critério, para que possa somar ao candidato majoritário. É um complemento.
As eleições gerais de 2022, parecem distantes, mas não estão, pois estamos a menos de um ano para o primeiro turno que deverá ocorrer no dia 2 de outubro do próximo ano. Nos bastidores da política em Rondônia as questões relacionadas à sucessão estadual de 2022 ganham corpo, inclusive com o pedido de licença de 4 meses do senador Confúcio Moura (MDB), para “tratar de assuntos particulares”.
Quem circula pelo interior do Estado encontrou em várias oportunidades o senador-licenciado participando de reuniões e encontros do MDB, como recentemente em Ji-Paraná. Confúcio está mantendo contato direto junto as bases e com a habilidade de sempre. Apesar de ser goiano, Confúcio tem tudo do mineirinho, que “come pelas beiradas” e quase sempre consegue alcançar os objetivos. É um político quase perfeito.
No contexto de disponibilidade de candidatos vice-governador a primeira dama do Estado, Ieda Chaves é o nome em melhores condições de formatar uma chapa ao governo do Estado com muitas possibilidades de sucesso. Ieda é uma pessoa simpática, tem ótimo trânsito junto as entidades assistenciais, pois desde a posse do marido Hildon, ainda, no primeiro mandato distribui mensalmente, de forma equitativa o salário do prefeito a elas, além de ser participante ativa das manifestações populares nos bairros. E não faz isso por demagogia, mas com muito carinho e dedicação.
Porto Velho é o maior colégio eleitoral do Estado (mais de 330 mil votos nas eleições de 2020). Conseguir votos na capital é fundamental para quem tem pretensões de se eleger governador. Hoje, os nomes de maior destaque para disputar a sucessão estadual são do interior como Confúcio Moura, Ivo Cassol, se tiver condições legais, pois está inelegível; ex-prefeito de Ji-Paraná e ex-deputado estadual Jesualdo Pires (PSB), Expedito Júnior, (ex-PSDB), Anselmo de Jesus (PT), Marcos Rogério, que deverá se filiar ao PSD e o prefeito-reeleito de Jaru, João Gonçalves Júnior (PSDB).
O prefeito Hildon Chaves (PSDB) também estaria na lista, mas concentra os votos na capital. O bom senso recomenda, que o ideal é, no caso de confirmar uma candidatura a governador contar com um vice do interior. No caso de Hildon candidato ao governo, seria ótimo contar com Jesualdo Pires, que não se elegeu, mas obteve mais de 195 mil votos ao Senado em 2018 com uma campanha simples, mas objetiva. Jesualdo é bom de voto.
Quem também tem a maioria dos votos concentrados na capital é o governador Marcos Rocha, eleito pelo PSL, que se fundiu ao DEM para formar o Aliança Brasil, que ele deverá presidir no Estado. Rocha é candidato à reeleição e precisa de um vice do interior. O atual, José Jodan, de Rolim de Moura estaria descartado.
Outro assunto muito comentado nos bastidores da política é a possibilidade de o ex-senador Expedito Júnior, que está deixando o PSDB, partido que ele dirigiu durante anos em Rondônia, para se filiar ao PSD, do seu filho, deputado federal Expedito Netto. Uma parceria entre Júnior, que é padrinho político de Hildon Chaves a governador com Ieda Chaves de vice, também não está descartada. E não se tem dúvida com enormes chances de a dupla governar o Estado a partir de 2023.
Como se especula muito que o senador Marcos Rogério poderá ser ministro de o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) ou ocupar cargo equivalente a partir de 2022 no governo federal, ele estaria fora das eleições a governador de Rondônia. Caso a opção seja para concorrer à sucessão estadual e ele se filie ao PSD, como se cogita, poderá ter Ieda Chaves como vice. Sem dúvida uma chapa de respeito.
O ex-presidente da Assembleia Legislativa (Ale), Maurão de Carvalho é um vice bom de voto, como se diz popularmente. Maurão foi prefeito (Ministro Andreazza), tem vários mandatos de deputado estadual e foi presidente da Ale em dois mandatos. Já concorreu ao governo em 2018 e ficou em terceiro lugar, perdendo a segunda colocação para o atual governador, Marcos Rocha, por 10.001. Tem um considerável histórico eleitoral.
O presidente regional do Solidariedade e superintendente do Sebrae-RO, Daniel Pereira, ex-vice-governador não pode ser ignorado na sucessão estadual. Teve passagem positiva pelo governo do Estado, quando assumiu o como governador devido a renúncia de Confúcio Moura, que se candidatou e se elegeu senador em 2018. Uma candidatura a vice não estaria descartada, mas ele diz aos amigos que pretende concorrer na única das três vagas ao Senado.
Apesar de estar fora do contexto político nos últimos anos, o ex-presidente da Assembleia Legislativa, Neodi Carlos, ligado ao grupo Cassol tem condições de somar como vice. Neodi é um político competente, moderado em suas ações e sempre muito bem articulado.
Quando se trabalha uma candidatura a governador é fundamental que o vice esteja no mesmo patamar eleitoral. A divisão entre capital e interior deve ser considerada, por isso, nomes expressivos como de Ieda Chaves em Porto Velho e de Jesualdo Pires, de Ji-Paraná, segundo maior colégio eleitoral no Estado, estão sempre na lista de qualquer simulação de chapas visando as eleições majoritárias no Estado no próximo ano.