Por Waldir Costa / Rondoniadinamica
Publicada em 02/10/2021 às 10h14
Em outubro do próximo ano teremos as eleições gerais no Brasil, quando serão eleitos o presidente da República, os governadores, uma das três vagas ao Senado em cada Estado e Distrito Federal, além de deputados federais e estaduais. Somente prefeito e vereadores, que foram eleitos nas eleições municipais adiadas de outubro para novembro de 2020, devido a pandemia, estarão fora, mas nem por isso ignorados, pois são fundamentais nas gerais.
Rondônia tem pelo menos uma dezena de nomes em condições de governar o Estado a partir de janeiro de 2023. Alguns com enorme poderio eleitoral, como Ivo Cassol, do PP, que já foi prefeito de Rolim de Moura, governador em dois mandatos seguidos e senador, e o senador Acir Gurgacz, do PDT, ambos com problemas para poder registrar as candidaturas.
No cenário político atual, três nomes estão em condições de ser vitorioso às eleições ao governo no próximo ano, devido à popularidade, fidelidade e bons serviços prestados, como são os casos de Hildon Chaves (PSDB), prefeito de Porto Velho; Marcos Rogério (DEM), senador e presidente regional do DEM e o governador Marcos Rocha (PSL), respectivamente. Lógico que, cada um, dentro da sua realidade.
Eleito em 2016 o prefeito da capital, sem antes ter participado de nenhuma eleição, Hildon Chaves, foi a surpresa nas eleições de 2016, quando aparecia nas pesquisas com menos de dois dígitos e acabou disputando o segundo turno com Léo Moraes (PTB). No segundo turno Chaves teve uma vitória avassaladora com 65,15% dos votos válidos se elegendo prefeito.
Em 2020 Hildon Chaves conseguiu a reeleição, quando concorreu e venceu no segundo turno a ex-vereadora Cristiane Lopes (PP). Hoje, com quase um ano no segundo mandato demonstra ser um bom administrador público, porque a capital é difícil de ser administrada, porque tem problemas crônicos de infraestrutura e a área rural enorme.
O município de Porto Velho é maior que alguns Estados brasileiros e países. Somente em estradas vicinais são mais de 7 mil quilômetros, uma viagem de ida e volta para o Norte do Paraná, por exemplo. O distrito de Abunã fica a mais de 400 quilômetros da sede e outros, como Calama depende quase que exclusivamente do rio Madeira para acesso.
Saúde, educação, cultura vão bem na administração de Chaves. Saneamento básico e acessibilidade são problemas graves, pois é difícil caminhar nas calçadas da área central de Porto Velho, pois o desnível não permite segurança e é inviável para cadeirantes e pessoas com dificuldades físicas. Problemas a serem resolvidos.
Já o trabalho de recuperação e ampliação da malha asfáltica é excelente, com a utilização de asfalto de qualidade e obras de galerias pluviais no centro e nos bairros. As estradas vicinais também estão sempre em boas condições, mesmo com as chuvas, que já estão começando, pois Porto Velho produz muito leite, atividade que depende do transporte diário e tem hoje, o maior rebanho bovino de corte do Estado.
O jovem senador Marcos Rogério faz parte do triângulo de candidatos ao governo do Estado com atuação política correta. Já passou pela câmara de vereadores de Ji-Paraná, onde iniciou a carreira na política, foi deputado federal e em 2018 o senador mais bem votado de Rondônia, com 324.939 votos.
Seu nome está sendo motivo de manchetes e amplo noticiário nacional, porque é um defensor incondicional do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) na CPI da Covid no Congresso Nacional. A fidelidade ao Bolsonaro é um fator positivo, pois a maioria dos políticos tem como hábito “roer a corda”, quando a situação fica adversa ou a pressão é muita, como ocorre na CPI da Covid.
Marcos Rogério pode ser comparado, em termos de fidelidade ao saudoso senador Odacir Soares, que era líder do governo Collor de Melo no Congresso Nacional. Collor renunciou, para não ser cassado, mas Odacir o defendeu com convicção e argumentos em todos os momentos. Isso não á muito comum na política.
O segmento evangélico também é ligado a Rogério, que enfrenta um problema regional, com a fusão entre o DEM e o PSL, presidido no Estado pelo governador Marcos Rocha, que é candidato à reeleição. Até as convenções do próximo ano, um deles terá que mudar de partido, porque não há como servir a dois senhores...
O governador Marcos Rocha foi eleito pelo PSL em 2018 na onda Bolsonaro, mas posteriormente, assim como o presidente deixou o partido. Ficou sem sigla partidária até recentemente, quando retornou ao PSL e assumiu a presidência regional.
Sem experiência na administração pública, pois foi o seu primeiro cargo público-eletivo, Rocha realizou uma administração amena até a metade deste ano, pois também sofreu com a pandemia, que envolveu o planeta, mas resolveu colocar o pé no acelerador no início do segundo semestre deste ano e vem somando pontos na sua pretensão em conseguir mais um mandato. A aplicação de alguns projetos ousados, desafiadores, mas viáveis, vem proporcionando a Rocha e sua equipe ampliarem de forma significativa a popularidade no Estado.
Não há como negar que o cargo de governador garante votos, pois se comanda um contingente significativo de pessoas, que a exemplo das demais, votam. Por mais incompetente (não é o caso de Rocha) que o administrador público seja, sempre terá uma parcela de eleitores, pois tem o poder às mãos.
Três projetos do governo do Estado colocam Rocha numa situação privilegiada, porque estão se desenvolvendo muito bem e tem visibilidade eleitoral. Os projetos “Tchau Poeira”, “Governo na Cidade” e “Porteira Adentro” estão sendo formalizados sem distinção de municípios, não importando qual o partido dos prefeitos, o que seria normal, mas não na política.
O “Tchau Poeira” tem como finalidade pavimentar as cidades, inclusive os distritos. O “Governo na Cidade” visa a valorização dos espaços de lazer e o “Porteira Adentro” que prioriza o pequeno agricultor, a agricultura familiar.
Os programas são de enorme impacto social e atendem segmentos vitais da comunidade, seja na cidade, ou no campo. A formatação dos programas com os prefeitos certamente trará dividendos políticos fundamentais para as pretensões do governador Marcos Rocha, na sua caminhada visando a reeleição no próximo ano.
Chaves, Rogério e Rocha estão entre os nomes em condições de sucesso nas eleições do próximo ano, sem esquecer que o ex-prefeito de Ji-Paraná e ex-deputado estadual Jesualdo Pires (PSB), o deputado federal Léo Moraes (Podemos) e o prefeito reeleito de Jaru, João Gonçalves Júnior (PSDB) também estão na lista dos favoritos.