Por Professor Nazareno
Publicada em 04/10/2021 às 08h25
Professor Nazareno*
Diz a lenda que entre 2003 e 2016 o nosso país foi governado por ladrões e corruptos. Entre os dias 1° de janeiro de 2003 e 16 de abril de 2016, quando a elite do país se organizou de forma sorrateira para tirá-los à força do poder, esses ladrões nos governavam sem maiores transtornos. Foram, portanto, 13 anos, três meses e 16 dias, de governos mais progressistas. O PT e as esquerdas estiveram à frente dos nossos destinos políticos com Lula, que governou por dois mandatos, e Dilma Rousseff, que assumiu o resto do tempo e foi sumariamente tirada do poder. Neste período, dizem os falsos analistas, o Brasil esteve muito perto de se tornar um país de ideologia socialista, a família correu sérios perigos e a nossa bandeira quase que fica vermelha, igual à da atual conta de energia elétrica. Entretanto, é preciso analisar esse período com atenção.
Enquanto os esquerdistas estavam depenando as finanças do país, o preço do litro da gasolina era de apenas R$ 2,70. E mesmo assim isto fazia muita gente ir aos postos para criticar e fazer comícios contra o governo. “A Petrobras está sendo roubada e saqueada na cara de todos nós. Precisamos reagir a este descalabro”, diziam os oposicionistas daquela época. Hoje, depois que a estatal do petróleo foi saneada e o roubo deixou de acontecer no atual governo, o litro de combustível já passou dos sete reais em alguns Estados do país. E não se vê ninguém reclamar. Como eu gostaria que a Petrobras fosse roubada e saqueada de novo. Antes, poderia encher o meu tanque sem problemas. Hoje, coloco vinte reais de gasolina e logo se acaba. Naqueles tempos de roubalheira, eu comprava uma botija de gás por 30 ou 35 reais. Hoje custa mais de 130.
Seria muito bom para o Brasil que Lula, os esquerdistas e todos os outros ladrões do Erário voltassem logo ao poder. Estávamos nos acostumando a fazer uma boa e farta feira com 200 ou 300 reais. Hoje sequer pode-se comprar um litro de óleo ou outras mercadorias. Todo final de semana eu fazia churrasco com os amigos. A carne de primeira custava entre oito e doze reais o quilo. E não existia a fila do osso como agora. Nos tempos dos ladrões e corruptos nunca se ouviu falar nisso. O povo comia era carne mesmo. Esses ladrões têm que voltar o mais rápido possível para governar o Brasil e dar alegria ao povo sofrido. Temos mais de 15 milhões de desempregados e cerca de 20 milhões vivendo abaixo da linha da pobreza, na miséria absoluta. Mas agora a nossa bandeira não é vermelha, estamos mais distantes do comunismo e a família está salva.
Por favor, senhores ladrões do dinheiro público no Brasil! Voltem a nos roubar. Quando vocês nos subtraíam e nos enganavam, não havia brigas entre os poderes. O Supremo vivia uma lua de mel interminável com o Executivo e com o Legislativo. Tanques de guerra, obsoletos e fumacentos, jamais circulariam pela capital do país para ameaçar alguém ou outro poder. E os preços da cesta básica não eram tão altos como são hoje. A impressão que eu tenho é que quando o meu país está sendo roubado, eu estou vivendo melhor, embora não compactue com os trambiqueiros nem com a roubalheira e a corrupção. O país era saqueado todo dia, mas um carro zero podia ser comprado por 30 mil reais ou menos. Hoje por 70 mil não se compra mais. Fala-se em três anos sem corrupção no governo federal. Mas três anos também de muita fome, miséria, desemprego e inflação. Devolvam os meus ladrões e nossa bandeira vermelha!
*Foi professor em Porto Velho