Por G1
Publicada em 21/10/2021 às 14h49
Agentes de diferentes entidades que têm como função proibir a presença de imigrantes que entram ilegalmente nos Estados Unidos foram acusados de abuso sexual, afirma, em um relatório publicado nesta quinta-feira (21) a ONG Human Rights Watch (HRW).
A ONG teve acesso a documentos por meio da lei de acesso a informações dos EUA, mas para conseguir esses papéis foi preciso entrar na Justiça.
Foram analisados relatórios sobre abusos que teriam ocorrido durante a apreensão e detenção de pessoas que buscam asilo e imigrantes.
Os documentos foram entregues com trechos censurados.
No total, foram mais de 160 casos de má conduta ou abusos (só uma parcela desses é de abusos sexuais) cometidos por agentes da fronteira.
Os documentos são referentes a eventos que ocorreram entre 2016 e 2021. Há relatos de ataque sexual a crianças, ameaças de estupro, manutenção de imigrantes em condições desumanas e de casos em que imigrantes ficaram sem comer.
Em alguns casos, os agentes foram processados pelos abusos.
A HRW conseguiu acesso aos documentos com um pedido pela lei de acesso à informação dos EUA.
Um trecho de um dos relatórios diz que uma mãe relatou que sua filha sofreu abusos por agentes que eram da Proteção de Fronteiras ou da Patrulha de Fronteiras.
Mãe e filha haviam sido apreendidas e enviadas para a detenção, e a menina foi obrigada a se despir e o guarda a tocou de forma inapropriada.
O supervisor só quis saber se havia mais informações, e não se pronunciou além disso.
Um outro documento traz a acusação que uma mulher fez a uma guarda mulher: “Ela me empurrou e me disse para abrir muito as pernas e tomou minhas partes íntimas, me agrediu lá com muita força. Eu não entendo, como eu esconderia algo nas minhas partes íntimas?”, afirmou a mulher.
Uma terceira denúncia diz que um homem imigrante recebeu um pedido de sexo por um agente de imigração. Isso teria ocorrido em um momento em que o imigrante era transportado, sozinho, em um veículo do governo.
Segundo o relatório, o agente afirmou ao imigrante que se ele fizesse sexo seria liberado. O imigrante recusou, e o agente o xingou e disse que iria prendê-lo como punição.