Por Robson Oliveira
Publicada em 13/10/2021 às 14h17
RESENHA POLÍTICA ROBSON OLIVEIRA
PESQUISAS
A coluna já conseguiu acesso a pelo menos três pesquisas que mensuram o quadro político estadual para as eleições de 22. Todas revelam um cenário desolador para os nomes mais conhecidos da política estadual, uma vez que o número de eleitores indecisos e que não votam nos nomes apresentados é bem maior que os percentuais obtidos pelos pré-candidatos pesquisados. É natural que assim seja no atual cenário, especialmente no momento de crise pela qual passamos.
INELEGÍVEL
Não precisamos ser um gênio para intuir que a pesquisa capta o cenário momentâneo e muda de acordo com as circunstâncias e com a aproximação do calendário eleitoral propriamente dito. Neste momento, em todas as pesquisas que a coluna conseguiu informação, o ex-governador Ivo Cassol (PP) aparece na dianteira. Uma dianteira nada formidável em relação aos demais, mas o que a maioria do eleitor pesquisado ainda não sabe é que o ex-governador está inelegível e não poderá registrar candidatura em 22.
BARULHO
Quem conhece Cassol sabe que barulho é com ele mesmo e vai fazer a maior algazarra durante todo o período pré-eleitoral para que seu nome permaneça entre os prováveis candidatos.
ESTRATÉGIA
Dizer que é candidato de qualquer maneira é uma estratégia que ele (Cassol) optou em seguir e já começou a colher resultados, uma vez que ao blefar com a candidatura impossível de ser registrada evita que outras eventuais postulações avancem sobre as agremiações partidárias, mantendo sob sua influência as possíveis formações das federações partidárias, uma invenção legislativa para as eleições de 22 que substituiu as coligações.
CHARLATÃO
Bobo é o dirigente partidário que cair na esparrela da candidatura do ex-governador, pois sairá chamuscado tanto quanto aquele cidadão que ingenuamente acreditou na cura da Covid através da fumaça da solda elétrica aplicada por Cassol. A candidatura de Cassol é tão verdadeira quanto a cura da Covid pela aplicação da solda elétrica: somente ele acredita. Além dos ingênuos.
CIRCUNSTÂNCIAS
É um momento político interessante a ser analisado, haja vista a repulsa às candidaturas de figuras carimbadas revelando que o eleitor está aberto para novos nomes e aguardará sem pressa o momento mais apropriado para escolher em quem descarregar os votos. Aliás, nas últimas eleições estaduais tais circunstâncias têm definido o resultado.
VITÓRIA DE PIRRO
A disputa entre o governador Marcos Rocha e o senador Marcos Rogério pelo domínio absoluto do Diretório Estadual do novo partido União Brasil, resultado da fusão entre PSL e DEM, é uma bobagem monumental. O eleitor não vai votar exclusivamente em um dos dois por razões da filiação na nova legenda. Ademais, uma legenda que, a princípio, se autodeclara não alinhada ao presidente Jair Bolsonaro. Presidente que tanto Rocha quanto Rogério se esmeram em agradar e defender com unhas e dentes. Embora esta disputa vá render novos rounds entre os dois Marcos, quem vencer no final terá uma vitória de pirro com mais potencial a causar prejuízo do que render dividendos.
VERVE
Um cenário pesquisado no estado chama a atenção desta coluna e que tem reflexos diretos nas eleições. Marcos Rocha e Marcos Rogério, mesmo com percentuais acima de dez por cento, não ultrapassaram os vinte por cento. Um dado importante e que revela muito já que ambos duelam entre si para aparecer aos olhos do eleitor bolsonarista – majoritário ainda em Rondônia – qual dos dois é mais Bolsonaro. Faltam-lhes verve para arrebanhar a maior fatia de um eleitor conservador, intolerante e sexista. Apesar de Rogério na oratória ser mais envolvente do que Rocha - visto que o discurso do governador é de uma mediocridade incomum -, o que atrapalha o senador é o excesso de arrogância e o exagero nas falas intermináveis, já que adora ouvir a sonoridade da própria voz.
REFIS
A Federação das Indústrias do Estado soltou uma nota oficial de apoio à proposta da Associação dos Prefeitos de Rondônia para que o Executivo Estadual envie ao Legislativo um projeto de Lei instituindo o Refis, destinado às empresas para que possam quitar seus débitos fiscais em atraso, sem os juros escorchantes que são acumulados. A prefeitura da capital já começou a escalonar as dívidas municipais, o que dará ao setor produtivo e às pessoas físicas a possibilidade de aderir ao programa de recuperação fiscal depois de dois anos de prejuízos devido à pandemia. A coluna apurou que as Associações Comerciais também vão declarar apoio à reivindicação dos prefeitos.
FAZENDA
Dependendo da vontade do Secretário de Estado da Fazenda o estado lança imediatamente o Refis, após analisado pelo legislativo estadual. O principal entrave no momento é a conveniência política para sua adoção uma vez que há entre parlamentares aqueles que são contra por razões que a própria razão desconhece, embora o Refis seja um instrumento jurídico amplamente utilizado pela União, estados e municípios. Recuperando um crédito de forma justa sem a intermediação jurisdicional que procrastina indefinidamente uma solução.