Por G1
Publicada em 21/10/2021 às 14h54
O Talibã elogiou terroristas suicidas que morreram durante a guerra travada pelo grupo extremista contra o antigo governo do Afeganistão, os Estados Unidos e aliados ocidentais e ofereceu dinheiro e terras às famílias dos homens-bomba.
O anúncio foi feito na terça-feira (19) pelo Ministério do Interior, que realizou uma cerimônia no Hotel Intercontinental de Cabul — estabelecimento de luxo que foi alvo de um ataque a bomba em 2018.
Sirajuddin Haqqani, o atual ministro do Interior é considerado um "terrorista global" pelos EUA e tem uma recompensa de US$ 10 milhões (mais de R$ 56 milhões) pela sua captura. Fotografias oficiais da reunião escureceram o rosto do ministro.
As famílias dos terroristas receberam roupas e 10 mil afeganis (cerca de R$ 600) e receberão lotes de terra, segundo o porta-voz do ministério, Qari Sayeed Khosti.
"Em seu discurso, o ministro elogiou a Jihad e os sacrifícios dos mártires e mujahidin e os chamou de heróis do Islã e do país", disse o Ministério do Interior em um comunicado.
A rede Haqqani
Sirajuddin Haqqani substituiu seu pai, Jalaluddin Haqqani, como chefe da rede Haqqani, um grupo terrorista afiliado ao Talibã que é apontado por serviços de inteligência ocidentais por alguns dos ataques suicidas mais sangrentos do Afeganistão.
Ele é procurado para interrogatório pelo FBI por sua conexão com um ataque a outro hotel da capital Cabul, em 2008, no qual morreram seis pessoas — incluindo um cidadão americano.