Por AFP
Publicada em 24/11/2021 às 15h37
A União Europeia (UE) precisa adotar, "urgentemente", medidas de combate à nova onda da covid-19, porque, do contrário, o fardo sanitário será "pesado demais" entre janeiro e março - alertou o Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), nesta quarta-feira (24).
Com mais de 2,5 milhões de casos e cerca de 30.000 mortes registradas em uma semana, o Velho Continente é de longe a região do mundo mais afetada pela pandemia, segundo dados oficiais coletados pela AFP. E a tendência segue em alta, especialmente nos países onde a taxa de vacinação é menor.
Na terça-feira, a OMS Europa disse temer 700.000 mortes adicionais antes da primavera boreal no conjunto de sua região, que inclui cinquenta países da Europa e da Ásia central. Toda essa área já registrou 1,5 milhão de mortes.
O Centro Europeu para a Prevenção e o Controle de Doenças (ECDC), agência sanitária da UE encarregada das epidemias, recomendou acelerar a vacinação e generalizar a dose de reforço para todos os cidadãos maiores de 18 anos, priorizando as pessoas com mais de 40 anos.
A agência europeia também pede um aumento do nível geral de vacinação na UE, especialmente nos países mais atrasados.
A Europa enfrenta um risco de fardo sanitário "muito alto" em pleno inverno "se não aplicar as medidas de saúde públicas com urgência", alerta o ECDC.
Ainda abaixo de 70% da população total, o nível geral de vacinação no bloco e nos três países do Espaço Econômico Europeu reflete uma ampla insuficiência de vacinação, "que não pode ser resolvida rapidamente e que deixa caminho livre para o vírus se espalhar", adverte o ECDC (na sigla em inglês).
- Diferenças na vacinação -
Na UE, 67,7% da população recebeu duas doses da vacina, mas as diferenças são dramáticas entre os países. Na Bulgária, por exemplo, apenas 24,2% estão vacinados, contra 86,7% dos portugueses.
"Devemos nos concentrar, urgentemente, para compensar esse atraso na imunidade, propondo doses de reforço para todos os adultos e reintroduzindo medidas não farmacêuticas", aconselha Ammon, em um vídeo-comunicado.
Nesta quarta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Úrsula von der Leyen, afirmou que as doses de reforço da vacina anticovid devem estar disponíveis para os adultos, com prioridade para os maiores de 40 anos.
"As doses precisam estar disponíveis para os adultos, priorizando as pessoas maiores de 40 anos e as pessoas vulneráveis", disse a responsável em uma mensagem no Twitter.
A Suécia anunciou na quarta-feira que oferece uma terceira dose a todas as pessoas adultas.
Já a França vai anunciar na quinta-feira novas medidas, entre elas a "aceleração da vacinação", o "reforço do passaporte sanitário" e do distanciamento social e uso de máscara.
Segundo a OMS, o aumento da pandemia na Europa é explicado pela prevalência da variante delta, muito contagiosa, por uma vacinação insuficiente e pela flexibilização das medidas anticovid.