Por Vanessa Moura
Publicada em 03/11/2021 às 15h25
Neste momento em que o mundo está voltado para discutir a proteção do meio ambiente na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26), na Escócia, o Governo de Rondônia, por meio da Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec) realiza um marco na defesa ambiental por intermédio da “Operação Nova Mutum”, considerada a maior ação de reintegração de posse coletiva do Estado e que se tem notícia no Brasil. Também representa um grande avanço para a paz no campo e para defesa do meio ambiente. Seis fazendas foram totalmente desocupadas e foram aplicados R$ 5 milhões em multas ambientais.
‘‘Em um sobrevoo na região é possível observar os estragos ambientais, são áreas devastadas e queimadas, algo que não se pode calcular quanto tempo vai levar para a natureza se recuperar’’, pontuou o secretário da Sesdec, José Hélio Cysneiros Pachá, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (3).
Mais de 300 famílias foram retiradas do local durante a operação de enfrentamento a invasões de terras na região de Ponta do Abunã. As mesmas foram encaminhadas à equipe de Assistência Social e foram disponibilizados ônibus para os destinos que as mesmas informavam ou para casa de apoio.
Em coletiva de imprensa, Segurança Pública informa resultado da maior reintegração de posse realizada no Estado
A reintegração de posse na região de Ponta do Abunã devolve a esperança para que a fauna e flora local sejam tratadas com dignidade. As seis fazendas, onde houve a retirada de invasores, ocupam uma área de cerca de 70 mil hectares.
Foram registradas 47 ocorrências e apreendidas armas, munições, fardamento, veículos, medicamentos e dinheiro, fruto da venda de lotes por quem não pertencia aos negociantes. Além disso, foi registrado confronto com criminosos, que resultou em dois óbitos dos que resistiram a ação policial, e mesmo socorridos, não resistiram; e três prisões em flagrante.
O secretário da Sesdec avaliou como exitoso o resultado da operação e pontuou que o sucesso dela teve início com a iniciativa do governador Marcos Rocha em apresentar ao presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro da Justiça, Anderson Torres, a necessidade de uma parceria para dar resposta à ação criminosa de devastação do meio ambiente, amedrontamento da população rural, prejuízo a patrimônios e assassinato de policias por invasores de terras na região.
O comandante da Polícia Militar de Rondônia, coronel PM Alexandre Luís de Freitas Almeida, explicou que foi empregado na operação o efetivo de 400 policiais militares, mais o reforço da Força Nacional. ‘‘Essa é a maior reintegração coletiva que se tem notícia no Brasil, trazendo paz no campo para uma região onde grupos criminosos agiam com extrema violência, e cessa a prática de crime ambiental em larga escala’’.
Almeida pontuou ainda que, as estratégias para o cerco na região foram precisamente planejadas, e contou com quatro pontos de bloqueio, sobrevoo de três aeronaves e mais de 100 viaturas. Bombeiros militares, equipes da Assistência Social do Estado e municípios e ainda servidores da Defensoria Pública do Estado (DPE) apoiaram a ação. A operação foi concluída no último dia 30, mas o patrulhamento na região continua para consolidação das reintegrações.
Fotos: Daniel Garcia e Rejane Júlia