Por Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
Publicada em 27/11/2021 às 10h05
Rondônia é um Estado pertencente à região Norte do País, onde há somente duas estações climáticas ao ano chamadas de Verão e Inverno. O verão é o período de seca, quando pouco chove durante seis meses, sendo dois deles bem áridos. O inverno representa a chuva, que cai em grande quantidade na região durante praticamente seis meses. É um Estado atípico.
Um dos problemas da capital, Porto Velho, por exemplo, é o saneamento básico, que nunca foi prioridade dos administradores públicos. Pouco ou nada fizeram para que a cidade, –hoje com cerca de 550 mil habitantes e mais de 330 mil eleitores nas eleições a prefeito e a vereador em novembro de 2020– se modernizasse, se adequasse à realidade. Ocorreu o absurdo dos absurdos, quando mais de R$ 600 milhões do governo federal ficaram anos à disposição do município na Caixa Econômica Federal (2003 a 2009), para obras de saneamento básico e os recursos devolvidos devido à falta de projeto básico.
O pouco que Porto Velho tem de rede de esgoto é obra dos ingleses, que praticamente fundaram a cidade há mais de 100 anos. E com alguns inconvenientes, pois a estação de tratamento é o rio Madeira, que banha a cidade. E ainda, temos a maior parte da rede de galeria pluvial da área central sendo utilizada como rede de esgoto clandestina, por isso a constante fedentina no anel central da capital.
O prefeito Hildon Chaves, que foi reeleito em novembro de 2020 tem uma ótima oportunidade de amenizar a situação de saneamento básico na capital, além da mobilidade, que é quase zero. É uma missão hercúlea pessoas com dificuldades de locomoção transitar pelas caçadas da área central de Porto Velho, devido o desnível do pouco que existe de calçadas. O mesmo ocorre nas áreas de comércio, tanto no centro como nas zonas Leste e Sul, situação é a mesma.
Outro problema grave, que ocorre em Porto Velho relacionado ao saneamento básico é a falta de conscientização de boa parte das pessoas, que joga lixo nas ruas, não limpa os terrenos, que ficam tomados pelo mato, inclusive no centro da cidade favorecendo a criação de animais peçonhentos e abrigo para marginais. A prefeitura tem que ser mais enérgica, fazer valer a lei de preservação e conservação dos terrenos, lotes, calçadas.
Também é comum na capital de Rondônia, pessoas descompromissadas com a realidade, ocupando carrões de marcas famosas e custo elevado jogarem garrafas e copos plásticos, sacos plásticos e todo tipo de lixo nas ruas. É inacreditável que isso ocorra em pleno século XXI, mas é uma triste realidade.
Em passado recente a prefeitura fez um trabalho eficiente de limpeza na rede de galerias pluviais da Zona Leste, área de maior concentração urbana da capital. Hoje a rede de galeria não consegue absorver o fluxo de água da chuva, como o período em que estamos vivendo, quando a precipitação pluviométrica é forte e ocorrem alagamentos em razão de detritos, que entopem a rede de galeria pluvial.
A Prefeitura de Porto Velho deve desenvolver uma ampla campanha nas redes sociais e órgãos de comunicação (rádio, jornal, TV, site) de conscientização visando sensibilizar a população, para a necessidade de ajudar a cuidar melhor da cidade, pois ela pertence ao povo e é ele quem deve contribuir à sua preservação, cobrando ações do prefeito, dos vereadores e não jogando garrafas plásticas, copos, papel, sofás velhos; limpar os terrenos baldios, os quintais. A campanha de conscientização deve ocorrer, inclusive nas escolas. Posteriormente, deve ocorrer a punição fazendo valer o Código de Postura do município.
As obras de saneamento básico não são as preferidas pelos políticos, porque não dão visibilidades, pois ficam no subsolo. Bem diferente do asfalto, escola, posto de saúde, hospital, mas é fundamental para o bem-estar das famílias e à saúde da população.
Em 2004 o candidato a prefeito de Porto Velho, empresário Oscar Andrade tinha um excelente Plano de Governo, que previa 100% de água tratada, galeria pluvial e rede de esgoto na capital durante os 4 anos de mandato. Oscar Andrade não se elegeu, foi o quarto mais bem votado, mas a empresa que faria a obra na capital de Rondônia garantiu a Belo Horizonte o mesmo trabalho nos 4 anos do prefeito eleito. Por que não dar uma checada no projeto e adequá-lo à realidade de hoje, que não deve ser muito diferente de 17 anos atrás?