Publicada em 15/12/2021 às 09h43
Mesmo após a operação policial que apreendeu equipamentos e deteve vários garimpeiros envolvidos na atividade extrativa de minério na região do rio Madeira, várias balsas e dragas começam novamente a se instalar na área de proteção ambiental do Madeirão, próximo à região de Cujubim, a 30 quilômetros de Porto Velho.
A denúncia foi feita por moradores da região que estão preocupados com os prejuízos ambientais trazidos pelo garimpo clandestino. As dragas ficam apoitadas próximas à margem estão causando desbarrancamento e destruindo as estradas dos moradores utilizadas como passagem entre uma vila e outra.
Um vídeo feito por um morador mostra o pouco do estrago. As dragas mal iniciaram suas atividades e uma parte do barranco já foi pro fundo do rio, levando parte da estradinha e ameaçando derrubar postes e fios de alta tensão que abastecem a rede elétrica das comunidades.
“Olha aqui o que os abençoados dos garimpeiros estão fazendo. Tão tomando nossa estrada. A gente fala, fala e eles não estão nem aí. Fazem é rir da cara da gente. É o único acesso que a gente tem para passar para a nossa chácara de onde tiramos o nosso sustento. Pedimos às autoridades que podem ver esse vídeo e tomar alguma providência”, diz um dos moradores mostrando a devastação feita pelas dragas próximo a um ramal da região de Cujubim.
Há duas semanas, em uma megaoperação dos órgãos de segurança, dezenas de dragas foram incendiados, na região do rio Madeira, em território amazonense, na cidade de Autazes. De acordo com o ICMBio, a atividade garimpeira é uma realidade impactante ao meio ambiente na região.
Somente entre Porto Velho e Manicoré (AM) há pelo menos 150 comunidades ribeirinhas que estão envolvidas com a extração de ouro em um trecho de 700 quilômetros. Em muitas dessas comunidades, a pandemia acabou com o emprego de muita gente, e o jeito de ganhar dinheiro de maneira rápida (mas de forma arriscada) é se dedicando a atividade garimpeira.
Em janeiro desse ano, o Governo de Rondônia regulamentou a atividade garimpeira em rios do Estado, desde que obtenham autorização junto aos órgãos de fiscalização, revogando um outro decreto proibitivo que já durava mais de 25 anos.