Publicada em 13/12/2021 às 11h20
Porto Velho, RO – Era “fake news”, disse o próprio senador Marcos Rogério – no limbo político em termos de legenda –, quando questionado sobre a possibilidade de se tornar ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
Então, sem espaço no União Brasil, comandado em Rondônia pelo atual governador Coronel Marcos Rocha, restou ao congressista continuar fazendo o que escolheu fazer: seguir o presidente da República Jair Bolsonaro como se fosse sua própria sombra.
Logo, é provável que assuma regionalmente o PR do condenado no Mensalão Valdemar da Costa Neto.
Unha e carne; carne e unha, portanto.
Com isso, caso a possibilidade seja sacramentada, o primeiro efeito prático é o esvaziamento gradativo do poder de Luiz Cláudio, ex-deputado federal, reconhecido por atuar em flancos voltados à agricultura.
Luiz Cláudio é cassolista verde-e-amarelo.
Com ele, há um grupo fortíssimo que poderia, eventualmente, orbitar a futura candidatura do segundo Homem do Chapéu, Ivo Narciso.
Narciso, em suma, deseja mesmo disputar a sucessão em 2022, porém esqueceu de combinar com os russos; no caso dele, óbvio, o Poder Judiciário em primeiro lugar.
Como no Brasil tupiniquim a segurança jurídica é utopia, um sonho a ser alcançado, o seu caso específico é bastante nebuloso a despeito de haver pouco menos de um ano para o pleito vindouro.
Talvez concorra, talvez não. É uma dúvida que nem os maiores eleitoralistas conseguem responder de maneira objetiva e sem enrolação. Seus advogados, como não poderia deixar de ser, creem na postulação; lado outro, juristas de outras hostes alegam ser causa perdida.
De qualquer maneira, Rogério chega como cupim, para comer os espaços, para pegar para si o que até então servia a propósitos distintos.
Estrategista de si mesmo, o senador-estrela da CPI da COVID-19 com certeza ganhará força e adesão seus remotos desejos de segurar as rédeas do Palácio Rio Madeira.
Deverá, portanto, caso confirmada a candidatura, desinflar a força de Cassol e funcionar talvez como maior e mais contundente adversário para bater de frente com os palacianos.
Se o povo não tem muito a ganhar com as jogadas internas de Rogério ao menos ele tenta garantir a cada movimentação mais tempo de vida em sua meteórica carreira política.
É um sujeito a ser observado, no mínimo.