Publicada em 11/12/2021 às 09h14
Porto Velho, RO – Nesta semana foram publicadas e avalizadas duas leis estaduais relacionadas à vacinação contra o Coronavírus (COVID-19/SARS-CoV-2).
Ou à falta dela, melhor dizendo.
Uma dessas normas proíbe a exigência de passaporte sanitário, que é o comprovante de vacinação contra a enfermidade.
E é importante lembrar desde logo que ela não se sobrepõe aos decretos municipais; em Porto Velho, por exemplo, o prefeito Hildon Chaves (PSDB) instituiu a obrigatoriedade da apresentação das credenciais vacinais a fim de que as pessoas possam ingressar às dependências de órgãos ligados à Prefeitura da Capital.
A outra, por sua vez, sacramenta que moradores de Rondônia têm o direito a não se submeterem de forma compulsória à imunização contra o vírus ainda em status pandêmico.
Portanto, o Estado sempre se dedicou com veemência a aplicar as doses em seus rebanhos até que o status do livramento sem imunizantes fora alcançado dezoito anos depois.
Agora, se vacinar o gado foi aparentemente fácil para os gestores estaduais; lado outro com as pessoas a situação tem sido tanto quanto diferente.
E não por falta de vacina.
O Coronavírus voltou com força fazendo novas vítimas e aumentando, de novo, o número de internações e óbitos.
A maioria, segundo o próprio secretário de Saúde (Sesau/RO), o médico Fernando Rodrigues Máximo, não havia completado o ciclo vacinal. Aliás, muitos não tomaram sequer a primeira dose.
O Rondônia Dinâmica já escreveu editorial abordando os efeitos desastrosos do negacionismo enquanto o mundo enfrenta a pandemia. Pois bem, esses efeitos chegaram.
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Como os políticos de Rondônia que abraçam negacionistas e pautas antivacina querem entrar para a história?
E é preciso ficar claro mais uma vez: não faltam vacinas! Ao contrário, elas estão abarrotadas em geladeiras aguardando a sociedade.
Como diz o próprio portal UOL, “Estados da Amazônia sofrem com negacionistas de vacina e doses encalhadas”.
Entre as unidades da Amazônia Legal, Rondônia é de fato o segundo Estado que mais vacinou.
Parece bom, não? Só parece, porque não é.
Pouco mais que 55% da população está vacinada enquanto a média no Brasil é pelo menos dez por cento maior.
É no mínimo lamentável que bovinos e bubalinos, que, claro, merecem todo o nosso respeito, tenham recebido mais atenção do poder público em relação à proteção de suas vidas do que cidadãos e cidadãs.
O ser humano em si ficou em segundo plano e aparentemente, por ora, vale mais empunhar o certificado sobre extinção da febre aftosa – e com razão, pois trata-se de vitória contundente –, a sustentar rapidamente láurea semelhante voltada ao Coronavírus.