Por Waldir Costa/Rondoniadinamica
Publicada em 04/12/2021 às 10h46
A precariedade da BR 364, rodovia federal pavimentada mais importante de Rondônia é um problema crônico para a economia do Estado, além de enlutar famílias quase que diariamente. Rondônia tem somente duas estações climáticas, o verão, quando chove muito pouco e o inverno, período de chuvas quase que diárias, clima atípico que precisa de atenção especial dos nossos governantes.
Rondônia tem no porto graneleiro de Porto Velho, no rio Madeira, um canal fundamental para a economia do Estado e, consequentemente, do País, na exportação de grãos (soja, milho, café). Além das safras de Rondônia, que aumenta a cada ano na produção de grãos, boa parte do Mato Grosso também utiliza o terminal graneleiro da capital do Estado para exportação da produção.
O tráfego na BR 364 nos cerca de 700 quilômetros na divisa de Rondônia com o Mato Grosso em Vilhena é intenso nos períodos de safras. A média é de 2,5 mil veículos/dia e a BR não tem o suporte estrutural para garantir uma movimentação segura. A rodovia foi construída na década de 80. As jamantas da época transportavam no máximo 15 toneladas, hoje as carretas, bitrens e treminhões ultrapassam 50 toneladas.
A solução para a garantia de tráfego seguro é a restauração e posterior duplicação da rodovia, conhecida como “Corredor da Morte”. Esta semana cinco pessoas morreram em acidentes na 364. Estamos em período de chuvas e os buracos já tomam conta de boa parte da pista, contribuindo para o aumento do número de acidentes, a maioria com vítimas fatais, além dos abusos como ultrapassagens perigosas, sonolência, velocidade excessiva.
O trabalho solerte, matreiro, de tapa-buracos executado pelas empreiteiras, que é feito todos os anos na época do verão (seca) não resolve, não soluciona. É um paliativo, que favorece somente as empreiteiras, que tem a garantia anual de um contrato de tapa-buracos, com a certeza de novo contrato no verão seguinte. Os óbitos pela falta de responsabilidade dos diretores do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte-Dnit aumentam a cada ano, infelizmente.
Rondônia tem no Congresso Nacional oito deputados federais e três senadores. Cobramos com regularidade os representantes da área federal, para que a BR 364 seja restaurada, que o alicerce, construído na década de 80, seja substituído, adequado à realidade do tráfego pesado no transporte das safras de grãos, de veículos com mais de 60 toneladas, além da duplicação.
Mesmo as pessoas mais céticas já admitem, que Rondônia é importante fronteira agrícola-econômica do país e que em muito breve ganhará mais espaço na economia nacional, onde já é destaque na produção de carne de gado, ocupando o 1º lugar no ranking nacional livre de vacinação contra a febre aftosa. Rondônia é o maior produtor da Amazônia com mais de 15 milhões de cabeças.
No próximo ano teremos eleições gerais, quando serão eleitos presidente da República, governadores, uma das três vagas ao Senado de cada Estado e do Distrito Federal, além de deputados federais e estaduais. Rondônia deve impor aos candidatos a restauração e não apenas as ações de tapa-buracos da BR 364 no trecho Porto Velho a Vilhena e posterior duplicação.
Rondônia já tem lugar de destaque na produção de gado de corte e participação considerável em gado de leite, além de importante e crescente produtor de grãos. A restauração da 364 é condição “sine qua non” e deve constar do programa prioritário do governo federal com apoio incondicional da atual e da futura bancada federal.
Não há como aceitar o elevado número de acidentes provocados em períodos de chuvas na BR 364 entre Porto Velho a Vilhena, em razão dos buracos, sinalização deficiente e fiscalização insuficiente. A 364 não pode continuar sendo um “Corredor da Morte”, onde dezenas de pessoas perdem a vida anualmente devido a precariedade da rodovia que não atende a atual demanda de veículos.