Publicada em 25/01/2022 às 06h30
Porto Velho, RO – O problema de tocar tambor para maluco dançar é que no dia em que você quiser parar, oras!, ele vai continuar na porta da sua casa esperando o batuque rotineiro.
É um ciclo sem fim e de retroalimentação. Você definitivamente não pode parar, especialmente se depende da ala mais ensandecida da sociedade.
Pois bem, eventualmente o senador da República Marcos Rogério, que deve rumar logo para o PL de Jair Bolsonaro, o presidente, faz postagens no Facebook e em outras redes sociais defendendo a vacinação contra o Coronavírus (COVID-19/SARS-CoV-2).
Atitude louvável, e este jornal, quando precisa reconhecer um ato de nobreza, o faz sem pestanejar. Na mesma proporção em que lança críticas salutares direcionadas a agentes políticos. E por quê? Porque democracia é isso. Ponto.
Defender a vida e sua manutenção é, sobretudo, uma missão pró-Humanidade. E é necessário um engajamento coletivo, de compreensão descendente, inclusive, de cima para baixo, das autoridades e intelectuais para o restante do mundo. O conhecimento é luz, e salva!
Entretanto, quando o congressista rondoniense para tudo e larga o tambor no chão, bem, a turba que o ama pela sabujice nas sessões da CPI da Pandemia em Brasília torce o nariz. E se irrita. E destila o ápice de sua ignorância nessas veiculações específicas. Em suma, coloca o político contra a parede.
Porque ele fica entre a cruz e a espada: naquele lampejo ligeiro de bom senso, quando aborda a importância da imunização, claro, ao mesmo tempo lança um tabefe na fuça de seus seguidores mais abilolados. Porque, como dito acima, a luz quando direcionada sobre os olhos de quem mora nas cavernas faz arder sem piedade.
O Rondônia Dinâmica já falou sobre o assunto em novembro do ano passado.
RELEMBRE
Apoiadores negacionistas de Marcos Rogério se irritam após fala pró-vacinação publicada pelo senador de Rondônia
Neste caso, acabou atropelado por uma enxurrada de comentários imbecis contestando um link de notícia publicada pele Agência Brasil dizendo: “Ministério faz vacinação contra a covid-19 na região Norte”.
O Ministério, no caso, é o Ministério da Saúde, gerido pelo médico Marcelo Queiroga, nomeado pelo presidente da República Jair Bolsonaro em março de 2021.
Portanto, a despeito do monte de idiotices que vocifera todo dia Bolsonaro, quem está fazendo parte da vacinação na Região Norte e, com isso, defendendo a vacina, é ele e seu estafe. Marcos Rogério é só o portador do dado. Na retórica, sim, o mandatário do Planalto mantém o tambor tocando, mas as ações de seu Ministério vão na contramão de seus discursos absurdos.
Aí entra a crítica. Marcos Rogério, contestador, não dá um pio. Não contradiz qualquer das maluquices ensandecidas excursionadas em suas portagens. Caladinho. Zero insatisfação. Nada de voz empostada. Nada de dedo em riste. E esqueça o bordão à lá “A Praça é Nossa”, o tal do “Vai vendo, Brasil!”.
Finge que não existe. Dá de ombros. E segue o baile, vivendo como se nada estivesse acontecendo.
Por sorte existe o jornalismo e a história, que auxiliam na construção da real biografia do Brasil e seus representantes.
Um dia, quando Marcos Rogério for abandonado por esse segmento irracional voltado à patota que o segue, e será, porque não há fidelidade no obscurantismo, provavelmente o amargor lhe tomará a boca.
Porque fazer o correto pela metade também é indício de covardia. E covardia é uma qualidade que não combina com a política. E essa característica vai aderindo cada vez mais a Marcos Rogério em todo o momento onde ele deixa de dizer o que tem de dizer só para conservar esse filão execrável de sua audiência.
CONFIRA O POST E AS RESPOSTAS LEMBRANDO QUE ESTE JORNAL É VEEMENTEMENTE CONTRA ATOS NEGACIONISTAS, ANTIVACINA E ANTICIENTÍFICOS: