Publicada em 20/01/2022 às 15h13
Um atentado com carro-bomba deixou um morto e ao menos quatro feridos em frente a um complexo de sedes oficiais e dos direitos humanos em Saravena, um município colombiano limítrofe com Venezuela onde o exército mobilizou tropas recentemente, informaram as autoridades nesta quinta-feira (20).
O ataque aconteceu antes de meia-noite de quarta-feira e foi promovido por guerrilheiros que se marginalizaram do acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), segundo um comunicado do comando militar.
O veículo explodiu em frente a prédios oficiais e uma sede de direitos humanos, onde mais cedo houve uma reunião de líderes sociais.
A explosão matou um vigilante e feriu quatro pessoas, que foram levadas ao hospital de Saravena.
O atentado "também afetou vários estabelecimentos comerciais, cujos proprietários hoje avaliarão o valor dos prejuízos econômicos", acrescentou o exército.
Entre as instalações danificadas estão as de dois veículos de comunicação, Trochando sin Fronteras e Sarare Estéreo.
"Os jornalistas nos relataram danos em antenas e equipamentos", disse a Fundação para a Liberdade de Imprensa em uma mensagem pelas redes sociais.
Por sua vez, o responsável de direitos humanos de Saravena, José Luis Lazo, denunciou que um chefe rebelde da dissidência deu a ordem de atacar os ativistas de direitos humanos no departamento de Arauca, em cuja jurisdição está Saravena.
Conhecido como Antonio Medina, do chamado Frente 28, por meio de um áudio de Whatsapp, ordenou "o homicídio de líderes comunais, defensores dos direitos humanos e pessoas de empresas comunitárias de transporte e serviços públicos", comentou o funcionário em entrevista à W Radio.
No entanto, não especificou as motivações dos guerrilheiros.
A região fronteiriça com a Venezuela é um dos maiores focos da violência gerada após o pacto da paz de 2016 na Colômbia.
Embora a maioria dos rebeldes das FARC tenha se desmobilizado, dissidências sem comando unificado ficaram ativas, disputando o controle territorial com organizações como o Exército de Libertação Nacional (ELN), a última guerrilha ativa na Colômbia.