Publicada em 10/01/2022 às 08h41
Quase 8 mil pessoas foram detidas após uma semana de tumultos no Cazaquistão, anunciou hoje (10) o governo.
"Desde 10 de janeiro, 7.989 pessoas foram detidas", informou o Ministério do Interior em comunicado divulgado no site.
Pelo menos 164 pessoas morreram em protestos no país, segundo dados não governamentais, enquanto o governo aponta cerca de duas dezenas de mortos.
Os protestos transformaram-se em violência na semana passada e levaram a uma aliança militar liderada pela Rússia, responsável por enviar tropas ao país.
As autoridades disseram ter recuperado o controle dos edifícios administrativos ocupados pelos manifestantes, que apelidam de "terroristas" com apoio estrangeiro, embora os protestos não tenham mostrado líderes ou organizações óbvias.
O ex-chefe da agência antiterrorismo do Cazaquistão Karim Masimov foi detido por suspeita de tentar derrubar o governo, poucos dias depois de ter sido demitido do cargo de chefe do Comitê de Segurança Nacional.
Rico em hidrocarbonetos, o Cazaquistão foi abalado por onda de protestos sem precedentes desde a sua independência, em 1989, que resultaram na morte de dezenas de pessoas.
Os protestos começaram no domingo (2) nas províncias, após subida do preço do gás, antes de se espalharem pelas grandes cidades, especialmente Almaty, onde as manifestações se transformaram em tumultos contra o regime.
Um contingente de tropas da Rússia e outros aliados de Moscou chegou ao Cazaquistão na quinta-feira (6) para apoiar o governo, protegendo edifícios estratégicos e colaborando na operação antiterrorista e de manutenção da paz.