Publicada em 22/01/2022 às 09h44
Pelo segundo dia consecutivo, a Rússia anunciou, neste sábado (22), um novo recorde diário de infecções de Covid-19. O Kremlin alerta sobre os riscos associados à variante ômicron, que é altamente contagiosa. O país registou 57.212 novos casos nas últimas 24 horas, depois de ter registado 49.513 no dia anterior, segundo dados do governo.
O presidente russo, Vladimir Putin, havia alertado na semana passada que o país tinha duas semanas para se preparar antes de ser atingido pela variante. Ele pediu à população que se teste e a acelere a vacinação. O problema é que as autoridades têm dificuldade para convencer os russos a se vacinarem.
A capital Moscou, epicentro da epidemia no país, também registrou novo recorde pelo terceiro dia consecutivo, com 16.904 novos casos. O aumento do contágio nos últimos dias sugere a chegada de uma forte onda de contaminações, embora o país ainda esteja se recuperando da onda mortal causada pela variante delta.
Embora a Rússia disponha de várias vacinas próprias, incluindo a Sputnik V, menos da metade dos 144 milhões de russos estão completamente imunizados até o momento, de acordo com o site especializado Gogov.
Na quinta-feira (20), os fabricantes da Sputnik V reivindicaram em um comunicado à imprensa "forte proteção" contra a variante ômicron e Putin chegou a afirmar que a vacina russa era "mais eficaz do que outras usadas no mundo".
De acordo com o governo, 325.433 morreram de Covid-19 desde o início da pandemia. Mas, de acordo com a agência estatística Rosstat, que se baseia em uma definição mais ampla de mortes relacionadas ao vírus, esse número é quase duas vezes maior.
Após determinarem medidas rigorosas na primavera de 2020, as autoridades russas se recusaram a restabelecer as restrições sanitárias, apesar das novas ondas epidêmicas, para limitar as perdas econômicas. A Rússia é o quarto país do mundo com o maior número de mortes provocadas pelo vírus, depois dos Estados Unidos, Brasil e Índia.
Ômicron se torna dominante na Europa
A ômicron tornou-se a variante dominante da Covid-19 na União Europeia (UE) e no Espaço Econômico Europeu (EEE), de acordo com comunicado da agência de saúde europeia. A avaliação envolve os 27 países membros da UE, além da Islândia, Liechtenstein e Noruega. O padrão de transmissão da ômicron no bloco “mudou de comunitária para dominante”, afirmou o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), com sede em Estocolmo, nesta sexta-feira (21).
Paralelamente, o Ministério da Saúde francês acompanha a evolução de uma subvariante da ômicron, denominada BA.2. Ela surgiu há algumas semanas e circula em vários países. As características dessa cepa ainda são pouco conhecidas, mas provocam questionamentos entre os médicos porque, em pouco tempo, ela se tornou dominante na Dinamarca, onde os casos vêm aumentando há dias.
O presidente do conselho científico que assessora o governo francês, Jean-François Delfraissy, prevê que a quinta onda epidêmica continuará a pressionar o sistema hospitalar do país até meados de março.