Publicada em 12/01/2022 às 11h51
Porto Velho, RO – Haverá em Rondônia espaço para terceira via? Pessoas no miolo entre bolsonaristas e lulistas serão consideradas na hora em que o eleitor for à urna para apertar o botão verde?
Muita água há de correr por debaixo da ponte até que haja margem mínima de segurança na hora em que as respostas sejam cravadas à realidade.
O que se tem em mãos, por ora, é que os dois polos mais distantes da política terão representantes à mesa.
Como pano de fundo, o primeiro grande teste de popularidade do presidente da República Jair Bolsonaro, hoje no PL de Valdemar Costa Neto, que, em 2018, era apenas promessa. Agora, completando seu quarto ano como regente da União, deixa de ser ofensor para assumir posição de defesa à administração do governo federal.
Suas peças derivadas no tabuleiro regional, idem. Como exemplo, Coronel Marcos Rocha, mandatário do Palácio Rio Madeira.
Rocha buscará a reeleição nos mesmos termos, encampando, desde agora, sua própria personalidade gerencial na hora de expor e justificar ações frente ao Executivo estadual. Especialmente levando em conta que seu mandato – assim como o de Bolsonaro –, foi marcado pela chegada do Coronavírus (COVID-19/SARS-CoV-2).
No caso dele, a maneira com a qual a população viu e aborveu tais medidas refletirá na sua performance na hora de tentar se manter na cadeira-mor do Estado de Rondônia.
Outros arquétipos do bolsonarismo no contexto micro também precisarão buscar em suas próprias identidades a motivação necessária para convencer o eleitorado.
Marcos Rogério, que nunca foi bolsonarista, mas embarcou por conveniência, é o que será menos cobrado neste sentido. Seu esforço na CPI da Pandemia lhe credenciou junto à audiência mais à direita a bradar o nome de Messias sem grandes constrangimentos ou cobranças. A despeito de estar nas mãos do presidente a decisão sobre ser ou não concorrente, Rogério é um às desse grupo aliado do Planalto.
E sim, encontra eco em solo rondoniense.
Diferentemente dos deputados Eyder Brasil e Coronel Chrisóstomo, estadual e federal, respectivamente, que brigarão para conservar suas posições. Brasil foi testado nas urnas em 2020, quando concorreu à Prefeitura de Porto Velho. Certamente não gostou do que viu.
Chrisóstomo, por sua vez, não fez movimentos bruscos e o termômetro a respeito de suas deliberações na vida pública será conhecido apenas no abrir das urnas.
Agora, se há quatro anos atrás o bolsonarismo nadava de braçada praticamente sem concorrência, isto porquanto o antagonista Luiz Inácio Lula da Silva foi preso em abril daquele ano, o momento é outro.
A prisão ocorreu por determinação do ex-juiz federal e ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Sérgio Moro, cotado, agora, para assumir o posto da famigerada terceira via nas eleições presidenciais.
Com o retorno de Lula, e Bolsonaro desgastado na Presidência da República, o acirramento será, certamente, muito maior. E isso coloca de volta também no tabuleiro rondoniense célebres petistas, como o ex-deputado federal Anselmo de Jesus; o presidente da sigla em Porto Velho Ramon Cujuí; a ex-senadora Fátima Cleide; e o ex-presidente da Assembleia (ALE/RO) Hermínio Coelho.
O verde-amarelo contrastará com o vermelho. E das misturar exurgirão, a partir de 2023, os novos ou novos-velhos proprietários do Poder.
O que se entende, a princípio, é que pelo menos existirá uma disputa, sem vantagens exponenciais, onde o cardário serve a todos os gostos e concepções. E é preciso lembrar, sempre, que eles e elas não perdem nem ganham.
Os reflexos das escolhas da socieadade só dizem respeito à ela mesma.
Portanto, seja no bolsonarismo, seja no lulismo, ou mesmo nas searas entre um polo e outro, respeite o seu voto. O verde carrega consigo enorme responsabilidade e não é possível se desfazer dela quando se bem entende.