Publicada em 06/01/2022 às 10h08
A Índia cancelou, nesta quinta-feira (6), os comícios eleitorais no país, devido a um aumento repentino de casos de covid-19 ligados à variante ômicron.
Em dois dias, o número de infecções triplicou no país.
Grandes multidões estiveram presentes nos eventos de campanha para as eleições de fevereiro no estado de Uttar Pradesh, no norte, o mais populoso da Índia e reduto do partido no poder, o Bharatiya Janata (PBJ).
O primeiro-ministro Narendra Modi visitou cidades-chave, onde inaugurou obras de infraestrutura e participou de rituais hindus em apoio ao governo estadual.
Vários partidos suspenderam suas campanhas depois que muitas cidades impuseram toques de recolher, devido ao coronavírus, e especialistas em saúde alertaram para um aumento exponencial nas infecções.
"Devido às preocupações com o crescente número de casos de covid, todos os comícios do partido foram cancelados", disse o porta-voz da legenda opositora Congresso, Ashok Singh, à AFP.
Outro partido da oposição afirmou que começou a fazer campanha online, enquanto o PBJ cancelou um comício programado para quinta-feira, em Noida, uma cidade-satélite de Nova Délhi que registrou um surto de infecções.
Mais de 200.000 pessoas em toda Índia morreram no ano passado em uma onda de casos de covid-19 que sobrecarregou hospitais e crematórios, atribuída, em grande parte, à disseminação do vírus em eventos eleitorais.
O ministro-chefe de Délhi, Arvind Kejriwal, anunciou esta semana que testou positivo para covid-19, depois de participar de eventos de campanha para as eleições municipais na cidade de Chandigarh.
Especialistas em saúde que assessoram o governo dizem que a variante ômicron, detectada há cinco semanas na Índia, está causando o aumento de casos nos centros urbanos.
"Não há margem de complacência", declarou o médico V.K. Paul, que trabalha com o governo para conter o coronavírus.