Publicada em 08/01/2022 às 10h16
Porto Velho, RO – O senador licenciado e provável pré-candidato do MDB ao Governo de Rondônia Confúcio Moura foi alvo de duras críticas após fala em seu blog particular a respeito da aplicação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB).
O jornal eletrônico Rondônia Dinâmica veiculou reportagem sobre o assunto na segunda-feira (03), com base na veiculação do ex-mandatário do Palácio Rio Madeira.
Moura afirmou que o dinheiro está caindo na conta, chegando aos municípios. “E o pessoal está na maior dificuldade de gastar”.
Em seguida, acusa:
“Enquanto isto, os sindicatos querem o dinheiro para gratificar o pessoal”, anotou.
Ele prossegue indicando aos Tribunais de Contas: “[...] devem fazer logo esta normativa para evitar mais tarde, multas e punições aos gestores. O dinheiro está caindo na conta. Os alunos da rede pública a “deus-dará”, ora com aula, ora sem aula, enquanto isto, a educação brasileira que já era ruim antes da pandemia e antes do FUNDEB, está muito pior”.
Comentários cem por cento negativos
Na postagem original da matéria na página oficial do Rondônia Dinâmica no Facebook, o feedback foi massivamente negativo, cem por cento, no caso.
O representante rondoniense no Congresso Nacional sempre deu a entender que sua bandeira foi, é e sempre será a educação.
De fato, não como negar: sem o devido aprendizado, decente, com os recuros destinados aos locais apropriados, não há Estado que dê conta de formar bons cidadãos/bons profissionais.
Entretanto, a manifestação de Confúcio Moura soa tanto quanto injusta porquanto ele, na condição de chefe do Executivo estadual, ofício que ocupou por dois mandatos ininterruptos, compreende, certamente, que sem a valorização do “pessoal”, não se aplica a boa política pública.
Isso vale para todos os filões na Administração Pública. Policiais mal-remunerados não fazem segurança pública; médicos e enfermeiros mal-remunerados não fazem saúde pública; e o mesmo vale para os professores, que, ao enfrentarem toda a sorte de dissabor dentro das salas de aula, muitas vezes são tratados como vilões e ainda ganham mal.
Neste caso, diferente de outras esferas, se vê muita dedicação por amor à missão. Há, claro, quem se dedique igualmente de maneira abnegada nos demais segmentos, porém é na docência que se vê fervilhar a paixão pela instrução.
E essa paixão floresce tornando cíclica a evolução, com leques cada vez mais espessos de possibilidades.
Logo, ao menos na visão deste jornalístico online, é, no mínimo, injusta a manifestação de um ex-gestor, que pelo visto quer ser novo, dando a entender que a categoria quer se apropriar dos recursos mal-utilizados, ou não-utilizados, que sejam, em benefício próprio.
Lidando com o contexto como se fosse algo espúrio querer encorpar o contracheque de maneira lícita. Não é. E se quiser mesmo mandar em Rondônia por outros quatro anos terá de relembrar quem são as molas-propulsoras do Estado: dica, o professorado está entre elas.
A eleição já começou e qualquer mensagem telegrafada e não-palatável poderá render sérios déficits na urna.
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