Publicada em 27/01/2022 às 09h25
Porto Velho, RO – A despeito de cumprir agenda de ordem governamental ao ir até Brasília apresentar convite e conseguir o “sim” do presidente Jair Bolsonaro, do PL, o chefe do Executivo estadual Coronel Marcos Rocha (União Brasil) compreende que há, também, extensão para o campo eletivo.
O Estado de Rondônia já confirmou: o Palácio Rio Madeira será sede do governo federal durante reunião entre os presidentes do Brasil e Peru.
As tratativas e o clima do encontro entre Bolsonaro e Rocha reafirmam a parceria iniciada lá em 2018, quando o militar se lançou despretensiosamente ao pleito regional.
E venceu. Venceu sob a égide da onda bolsonarista.
Embora agora seja administrador há tempos e haja muito o que se discutir durantes os debates, o coronel precisa preservar essa fatia significativa do eleitorado enquanto convence o restante da população acerca das suas realizações.
Na outra ponta, fosse apenas um aceno de formalidades, o xará do governador, Marcos Rogério, um neófito do bolsonarismo, diga-se de passagem, ao menos comemoraria a notícia. Afinal, é senador da República, absurdamente defensor do regente do Planalto, especialmente durante as sessões da CPI da Pandemia.
A reunião é importante para o Estado.
Aliás, como Bolsonaro já escolheu outro líder do governo para o Senado Federal, a construção da candidatura de Marcos Rogério à sucessão está cada vez mais sólida.
Como o Rondônia Dinâmica já escreveu, para eventuais postulantes do setor mais à direita a primeiríssima disputa é, realmente, obter a atenção dos bolsonaristas. E para que isso ocorra também é necessário estar lado a lado com o presidente da República.
O silêncio sepulcral de Marcos Rogério, lado outro, é sintomático, revelador. Denota que, se não for ele o protagonista da notícia, que fique em segundo plano. Que não seja comentado. É quase como estar com ciúmes, isto se não for caso concreto.
Ser eleito, estar no Poder, claro, são situações importantes para os detentores dos cargos; mas tudo isso pode andar paralelamente à compreensão de que existe um coletivo necessitado, os representados.
E é no mínimo lamentável verificar que eventualmente a vaidade é capaz de colocar de lado os interesses do Estado de Rondônia e sua população em nome de uma ligeira disputa de egos.
Nesta primeira volta, quem sai na frente é Rocha. Mas tem chão pela frente.