Publicada em 22/02/2022 às 14h51
Cinco dias depois do incêndio, a balsa italiana que pegou fogo perto da ilha de Corfu, na Grécia, será rebocada nesta terça-feira (22) para um porto grego, com o objetivo de facilitar a busca de 10 pessoas que permanecem desaparecidas. Mas a esperança de encontrar sobreviventes é cada vez menor, segundo as autoridades.
Uma espessa coluna de fumaça continua saindo da 'Euroferry "Olympia"', que pertence à empresa italiana Grimaldi. A embarcação sofreu um incêndio por razões ainda indeterminadas a 10 milhas náuticas de Corfu, no Mar Jônico.
O balanço atual é de um morto, três feridos e 10 desaparecidos. A balsa seguia do porto grego de Igoumenitsa para o porto italiano de Brindisi quando aconteceu o acidente. A embarcação será rebocada para Astakos, porto localizado a 230 km ao sul de Corfu, onde as operações terão continuidade “com o máximo de segurança", informou a guarda costeira grega em um comunicado. "As possibilidades de busca e salvamento a bordo do navio Euroferry "Olympia" foram esgotadas", continua a nota.
"Quatro rebocadores, dois barcos de patrulha da polícia portuária e um navio dos bombeiros participaram das buscas", disse à AFP uma fonte da polícia portuária. Barcos de patrulha da guarda costeira grega monitoram agora a possibilidade de manchas de poluição provocadas pelo incêndio, mas, por enquanto, "nenhum indício foi encontrado", segundo a mesma fonte.
Os habitantes de Kassiopi, no norte da ilha de Corfu, estão preocupados com a presença do barco em chamas pelo quinto dia consecutivo perto de seu vilarejo turístico. "Tememos que o óleo seja despejado no mar, prejudicando o turismo", disse à AFP o aposentado Achileas Koutsouris.
"A questão é encontrar as pessoas desaparecidas", mas "o barco está ao largo de Corfu há cinco dias. Estamos preocupados [porque] o verão está chegando e estamos esperando turistas", acrescenta Spyros Kazianis, 51, ex-funcionário de um hotel.
Imagens do barco transmitidas pela televisão pública ERT mostram veículos carbonizados nos porões e bombeiros equipados com máscaras respiratórias realizando buscas em "temperaturas muito altas, que variam de 400 a 900 graus".
"Mas as esperanças estão diminuindo no 5º dia do incêndio", repercute o canal local ERT.
A empresa italiana Grimaldi, proprietária do ferry, informa que 153 veículos de carga e 32 automóveis estavam a bordo.
Passageiros ilegais
Ao todo, 281 pessoas sobreviveram: 230 passageiros, muitos deles caminhoneiros de países do leste da Europa, e 51 tripulantes. Entre os sobreviventes, há dois migrantes afegãos que não estavam registrados, o que provoca o temor de que outras pessoas pudessem ter embarcado sem constar da lista de passageiros.
Três caminhoneiros feridos permanecem hospitalizados em Corfu: um bielorrusso, resgatado no domingo (20) e que sofre problemas respiratórios, além de um búlgaro e um romeno.
Cerca de 50 passageiros, incluindo turistas italianos, já foram repatriados, segundo as autoridades.