Publicada em 14/02/2022 às 14h26
A família de Moïse Kabagambe, espancado e morto no quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, se reuniu na manhã desta segunda-feira (14) com deputados e senadores. Um deles, Fabiano Contarato (PT-ES), da Comissão de Direitos Humanos do Senado, pediu desculpas à família de Moïse em nome do Estado brasileiro.
"Eu até nem tenho procuração para isso, mas como ser humano eu faço: eu pediria desculpas em nome do Estado Brasileiro", disse Contarato à família do congolês morto no dia 24 de janeiro.
"Esse caso envolve tanto racismo estrutural, envolve a xenofobia e envolve a precarização da relação trabalhista. Nós alteramos uma lei trabalhista para propiciar que o trabalhador negocie com o empregador. A relação de força é absolutamente desigual", avaliou Contarato.
Os parlamentares devem conversar nesta segunda-feira com representantes da Prefeitura do Rio e também com membros do Ministério Público sobre as investigações do caso.
Outro quiosque
A Prefeitura do Rio de Janeiro informou que aceita negociar a cessão de outro quiosque à família do congolês Moïse Kabagambe, morto após ser agredido na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. A previsão é que a família e as partes envolvidas (Prefeitura e Orla Rio) conversem na terça-feira (15).
Em entrevista ao g1, Djodjo Kabagambe, irmão de Moïse, disse que a família está com medo de trabalhar no mesmo local onde o parente foi morto.
"A gente decidiu que não vamos (aceitar o quiosque da Barra) por conta da segurança. E se tiver outra proposta, de outro quiosque, a gente aceita. Mas desde que seja em outro lugar", disse Djodjo Kabagambe, irmão de Moïse.
O acordo para a concessão dos quiosques Biruta e Tropicália, local onde Moïse foi morto, havia sido firmado e entregues à família do congolês pelo prefeito Eduardo Paes (PSD) e o secretário de Fazenda e Planejamento, Pedro Paulo, na segunda-feira (7).
Em contato com a reportagem do g1, a Secretaria de Fazenda e Planejamento do Rio preferiu não se posicionar sobre o caso, mas confirmou que aceita negociar com a família um outro ponto de trabalho que não seja o quiosque da Barra da Tijuca.