Publicada em 10/02/2022 às 10h56
A China rejeitou nesta quinta-feira (10) as críticas de que não comprou produtos americanos suficientes desde o acordo comercial de 2020, e pediu aos Estados Unidos que suspendam suas tarifas punitivas "o mais rápido possível".
A reação chinesa acontece após a publicação, na terça-feira, de uma série de números que põem em xeque o compromisso assumido pelo gigante asiático há mais de dois anos, antes do início da pandemia de coronavírus.
Depois de impor tarifas alfandegárias mútuas sobre centenas de bilhões de dólares em comércio anual, os dois países assinaram uma trégua em janeiro de 2020 na guerra comercial lançada pelo ex-presidente Donald Trump.
Assim, acordaram a "fase 1" de um acordo comercial - com a China prometendo comprar 200 bilhões de dólares em produtos americanos adicionais ao longo de dois anos, a fim de reduzir o desequilíbrio comercial entre os dois países.
Mas os números divulgados pelo governo dos Estados Unidos mostram que o déficit comercial americano com a China ainda era de 34,1 bilhões de dólares em dezembro de 2021.
De acordo com um relatório da empresa americana Peterson Institute for International Economics publicado no mesmo dia, a China comprou apenas cerca de 57% dos bens e serviços americanos que se comprometeu a comprar.
O estudo acusa Pequim de "nunca ter conseguido cumprir seus compromissos de compras".
Tais acusações foram rejeitadas nesta quinta-feira pelo governo chinês.
"Desde que o acordo entrou em vigor, a China trabalhou duro para superar as múltiplas repercussões da pandemia, a desaceleração econômica global e as interrupções nas cadeias de suprimentos", disse à imprensa o porta-voz do ministério do Comércio, Gao Feng.
A China espera que os Estados Unidos "cancelem o mais rapidamente possível suas medidas repressivas de tarifas adicionais e sanções", a fim de "criar uma atmosfera favorável" ao comércio, ressaltou Gao.
As relações sino-americanas deterioraram-se acentuadamente sob o mandato de Donald Trump.
O republicano exigia que a China reduzisse o desequilíbrio comercial e cessasse suas práticas comerciais consideradas "injustas", como a transferência "forçada" de tecnologia ou seus subsídios a empresas estatais.
O atual presidente americano, Joe Biden, declarou recentemente que os Estados Unidos não têm intenção de suspender as tarifas alfandegárias sobre os produtos chineses por enquanto.