Publicada em 07/02/2022 às 11h29
Porto Velho, RO – Após dois anos do aporte do Coronavírus ao Brasil é claro que os rondonienses também estão cansados. Lutar contra uma pandemia é dificíl: exige, acima de tudo, compreensão do todo, empatia, senso de pertencimento e coletividade.
Medidas sanitárias e o aperto do cinto econômico marcaram o início da década, e, ainda assim, a enfermidade levou mais 633 mil vidas no País; só no estado, quase 7 mil.
É um período de luto, de consternação. Por outro lado, há gente que ainda não se situou. Não consegue compreender a dimensão da catástrofe e da importância de manter o resguardo. E não apenas por questões de ordem particular, mas especialmente levando em conta o umbigo para fora, a preservação da centelha alheia.
Junto com a ignorância, atos absurdos como cidadãos e cidadãs que não se vacinaram.
Um pacote irresponsável retratado pelo comportamento anticientífico e negacionista observado em inúmeros indivíduos.
Lamentavelmente, a conta não chega em seus respectivos CPFs e quem paga a fatura geralmente é quem de fato se cuidou e pensou nos demais semelhantes.
A vida não é justa, afinal, vez que a morte abalroa sem critérios, dispara de olhos vendados.
A maior bizarrice foi vista no final de semana no Centro da Capital ao lado do Mercado Cultural. O Rondônia Dinâmica defende veementemente a liberdade, incluindo a possibilidade de o povo se reunir publicamente para farrear num status hedônico, sem rédeas, desde que, claro, dentro da margem legal.
A multidão que ocupou a Rua José de Alencar certamente não está mais nem aí para nada. Foi à cachaçada sem pensar, se jogando de qualquer jeito num contexto pandêmico em que muitos ainda se firmam em casa para não contribuir com a proliferação do vírus.
É sintomático que isso ocorra na cidade em que o Carnaval foi cancelado. Mas também é curioso como eventos momescos são freados pela fiscalização prévia em situações dentro da normalidade.
É no mínimo de se questionar: por que a Polícia Militar (PM/RO) não acabou com a farra o mais rápido possível?
Agora, tirando a responsabilidade dos atores públicos, que são obrigados a agir em decorrência exclusiva da função, também é necessário cobrar do cidadão comum postura de adulto.
Porque com certeza essas pessoas ficarão doentes: talvez ocupem vagas de UTI de gente que não saiu para festejar. E podem infelizmente até morrer.
Isso é inaceitável. As autoridades precisam urgmentemente evitar que esse tipo de coisa ocorra de novo.