Publicada em 01/02/2022 às 16h05
PRAZOS
Mais um mês, quando a legislação abre uma janela para mudança de partidos sem que os atuais parlamentares percam os mandatos por infidelidade partidária, a campanha deste ano começa para valer. Em Rondônia, segundo divulgado nas mídias sociais, uma frente de esquerda está se formando para organizar a campanha de Lula para presidente. O grupo formado pelo PT, Solidariedade e PSB também pensa em lançar candidatos ao Governo e Senado, mas tudo dependerá da formação nacional da federação uma vez que está vedado aos partidos se juntarem nos estados sem que estejam ligados nacionalmente, e ainda assim, formada a federação, ficam “coligados” por quatro anos. Os prazos para estas mudanças começam dia 3 março a 1 abril.
CHAPA
O ex-deputado federal Anselmo de Jesus (PT), lançado candidato a candidato a governador, articula para que o ex-governador Daniel Pereira (Solidariedade) seja o candidato ao Senado do grupo de esquerda. Ademais, Paulinho da Força, “donatário” do Solidariedade, um histórico fiel aliado de Geraldo Alckmin, declarou apoio a Lula e defende Alckmin para vice. Significa dizer que PT, PSB e Solidariedade estarão juntos no mesmo condomínio nas eleições nacionais e a união entre eles se reproduzirá nos estado. Portanto, em Rondônia, as candidaturas lançadas de Anselmo e Daniel começam a se desenharem. Uma chapa eventualmente formada para não ser subestimada.
DNA
O início da trajetória política de Daniel Pereira foi no PT, onde exerceu o cargo de deputado estadual. Sua saída ocorreu num momento em que a direção partidária ainda exercia sobre os filiados uma intromissão exacerbada no exercício dos mandatos; além das brigas internas autofágicas travadas pelas mais variadas tendências ideológicas que se digladiavam pela hegemonia dos cargos diretivos. Seu apoio ao lulismo e sua presença numa chapa formada entre PT, Solidariedade e PSB é o retorno as origens. Foi a presença de Pereira na vice de Confúcio Moura que levou os partidos da esquerda e os sindicalista a apoiarem a reeleição do emedebista ao governo. O DNA é o mesmo.
IMPEDIMENTOS
Já a presença de Vinicius Miguel na reunião das esquerdas, embora haja mais congruência entre eles do que dissensos, tem que ser encarada como uma posição pessoal, uma vez que o partido em que está filiado, Cidadania, tem uma posição historicamente de repulsa ao PT. As declarações de Roberto Freire (presidente da legenda) contra Lula e o PT são corrosivas. E o PDT tem assediado politicamente o Cidadania para aderir a candidatura de Ciro Gomes o que impede ingressar no consorcio formados pelos petistas.
LOROTA
Há poucos meses nos grupo de WhatsApp os seguidores do ex-governador Ivo Cassol juravam que ele estaria apto juridicamente para eleição. Hoje, os mesmos personagens, enviaram mensagens nas redes informando que a candidatura dependeria de uma votação pendente no STF. A lorota tem apenas um objetivo manter vivo nos noticiários uma candidatura natimorta juridicamente. O clã Cassol vai apoiar a reeleição do governador Marcos Rocha, quem viver verá!
INTESTINOS
Quanto ao senador Marcos Rogério (PL), segundo pessoas próximas, dificilmente será candidato a governador. Existe uma probabilidade do senador rondoniense ser aproveitado pelo presidente Jair Bolsonaro para ministro em uma das vagas abertas pelos que vão disputar as eleições. A solução abriria caminho para que os bolsonaristas apoiassem a reeleição de Marcos Rocha sem rupturas intestinais.
EMPULHAÇÃO
É uma propaganda enganosa que o governo estadual está veiculando nas mídias sobre desconto no IPVA. Não é verdade. O IPVA foi majorado porque estão utilizando o índice de cálculo a FIPE o que elevou pra cima o preço dos automóveis e, portanto, do IPVA. Por este cálculo a majoração ultrapassou os 30%, embora o governo se regozije em sua propaganda uma diminuição de 20%. Esta empulhação o deputado federal Léo Moraes já havia denunciado antes do governo tentar mudar a realidade com uma propagando enganosa.
POLARIZAÇÃO
Entramos no segundo mês do ano, oito meses das eleições, e não há no horizonte uma única nuvem trazendo a disputa eleitoral uma terceira via. O tempo conspira favorável ao candidato petista Lula e os céus revelam que a polarização entre ele (Lula) e Bolsonaro ensaiam tempestades. É uma campanha que se avizinha nesta polarização e mesma que quatro anos atrás catapultou Bolsonaro ao posto de presidente.
TEMPO
Na época (2018), preso, Lula conseguiu colocar no segundo turno um desconhecido ex-prefeito paulista (Fernando Haddad), derrotado na reeleição e desconhecido da maioria dos brasileiro fora do eixo sudeste, numa eleição extremamente acirrada. Imagina agora, livre, leve, solto e liderando todos os cenários para um terceiro mandato e com o tempo prenunciando tempestades na disputa. O tempo não para, diz o poeta. E a disputa deste ano é entre dois nomes conhecidos e experimentado nas urnas. Não há outra via senão está com os ânimos alterados. Só uma hecatombe para mudar o tempo.
DERRAPANDO
Alguns clubes de motociclistas de Rondônia estão mobilizando os grupos nas mídias sociais e convocando aqueles que ainda mantém-se firme na candidatura da reeleição de Jair Bolsonaro. Como o presidente estará em Porto Velho para uma agenda com o esquerdista e presidente do Peru, esses apoiadores vão colocar suas motos numa motocarreata para homenagear Bolsonaro. Rondônia ainda é um dos poucos estados do país onde o bolsonarismo continua na dianteira, embora, no geral, estejam derrapando nas pesquisas e a caminho do cadafalso. Mas motoqueiro metido a durão dá um cavalo de pau na verdade para renegar a realidade em nome do mito.