Publicada em 05/02/2022 às 10h14
Porto Velho, RO – Os pretensos candidatos de Rondônia que visam encostar à sombra do presidente da República Jair Bolsonaro, do PL, a fim de chegarem pela primeira vez ao poder ou conservá-lo, devem, logo, abrir os olhos à realidade.
Aquele amor espontâneo e massificado visto em 2018 minguou de lá para cá: prova disso são as imagens registrando ambas as passagens, tanto a de 2018, na condição de postulante, quanto a de 2022, quinta-feira passada (03), quando Messias esteve no Palácio Rio Madeira com intenção de se reunir com o presidente do Peru.
A questão é que o cunho ideológico, exclusivamente, aparentemente não terá mais o condão de elevar anônimos às condições de representatividade pública apenas por empunharem bandeirolas verde e amarelas entoando o nome do atual regente da União tal qual papagaios.
Para os que conseguiram se eleger a tarefa é ainda mais difícil: o povo, cansado, não quer mais saber de Pokémon nem Rec Repete.
A sociedade, em sua maioria, começa a fazer exigências no campo da prática, a despeito de tardiamente.
Aquele clima de já ganhou foi dissipado.
Antigamente Bolsonaro excursionava pelo Brasil lotando ruas e aeropostos: de fato, chegava a soar inacreditável a adesão gigantesca à sua imagem. Coincidentemente algo messiânico tamanha a romaria.
Atualmente, adulado por políticos interessados em fatias do seu resto de popularidade e “missangas” administrativas, vinténs de gestão (vice orçamento secreto), isto sem contar um parco naco de motociclistas emocionados e tiozões do WhatsApp, se vê obrigado a fingir que não há resistência às suas credenciais. Nas redes sociais aquela quase-unanimidade também foi para o beleléu. As insurgências aparecem nas postagens na mesma proproção em que os subalternos se manifestam.
Sobre a mais recente passagem presidencial por terras rondonienses, até a Polícia Rodoviária Federal (PRF) se prestou ao ridículo papel de ordenar ilegalmente a retirada de cartazes de protesto no caminho em que Bolsonaro trilhou. A situação abjeta ganhou inclusive as manchetes do noticiário nacional vez que coisas assim só ocorriam à época da Ditadura Militar.
Já em frente à sede do Poder Executivo estadual, o morador do Alvorada fez o que faz de melhor: colocou a culpa no PT pela situação caótica do Brasil e criticou a esquerda de modo geral, justificando, ainda, o uso abusivo e desenfreado do cartão corporativo em suas viagens “a trabalho”.
Esse belo esvaziamento na pretérita abundante aceitação e esse eco reverberado por espaços vazios em seu cortejo sobre duas rodas, com bem menos adeptos que o normal, evisceram a realidade local.
A bajulação gratutia pelo presidente da República, por si só, não deve mais “colar” com os eleitores, e quem não tiver nada a mostrar provavelmente será defenestrado da vida pública.
Fica a dica!