Publicada em 26/02/2022 às 09h15
O presidente da França, Emmanuel Macron, advertiu neste sábado (26) que a guerra na Ucrânia "vai durar" e disse que "é preciso se preparar". Macron disse que seu governo está trabalhando nos ajustes de um plano de "resiliência" para enfrentar as consequências econômicas desta crise.
"A guerra voltou à Europa", afirmou Macron ao inaugurar o Salão da Agricultura, um importante evento no calendário político da França, que volta este ano a ser realizado, depois de ter sido anulado no ano passado por causa da pandemia. A presença de Macron foi curta devido à crise internacional.
Em sua declaração, o presidente francês se dirigiu, em especial, aos produtores e às empresas.
"Sem dúvida, haverá consequências para nossas exportações nos principais setores", como vinho, cereais, entre outros, disse o presidente nesta feira que acontece em Paris.
"Estamos trabalhando em um plano de resiliência. Primeiro, para garantir suprimentos para nossos setores e, depois, para levantar escudos para ancorar os custos e dar respostas de longo prazo", explicou.
Com um semblante preocupado, o presidente francês falou por cerca de 20 minutos.
O Palácio do Eliseu informou que Macron preside, neste sábado (26), uma nova reunião de emergência do Conselho de Defesa com ministros e membros do comando militar para tratar da situação na Ucrânia, às 17h da França (13h em Brasília).
Profissionais do setor de alimentos temem que as medidas de represália por parte do governo russo, em resposta às sanções ocidentais, prejudiquem suas atividades.
A Rússia decidiu suspender os lançamentos do Cosmódromo de Kourou, na Guiana Francesa, em resposta às sanções da União Europeia (UE) após a invasão da Ucrânia - informou a Agência Espacial Russa (Roscosmos) neste sábado (26).
"Em resposta às sanções da UE contra nossas empresas, a Roscosmos suspende sua cooperação com seus parceiros internacionais na organização de lançamentos espaciais do Cosmódromo de Kourou e trará sua equipe técnica na Guiana Francesa de volta para a Rússia", no total de 87 pessoas, declarou a agência em um comunicado.
Na quinta-feira (24), dia da invasão russa à Ucrânia, a UE proibiu a exportação para a Rússia de aviões, peças e equipamentos das indústrias aeronáutica e espacial, em reação à invasão russa.
Essas sanções afetam parcialmente o setor aeronáutico e espacial europeu, que trabalha em conjunto com a Rússia.
Roscosmos e Arianespace fazem parte de uma joint venture, a Starsem, que opera o foguete Soyuz. Para 2022, está previsto o lançamento de oito foguetes Soyuz: três, de Kourou; e cinco, do Cosmódromo russo de Baikonur, no Cazaquistão.
Sem os foguetes Soyuz, a Europa não teria capacidade própria para lançar alguns satélites antes que Ariane 6 seja posto em funcionamento. Seu primeiro voo está previsto para o fim do ano.