Publicada em 22/02/2022 às 15h03
O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, demitiu seu ministro do Interior, Arnaldo Giuzzio, após informações divulgadas nesta terça-feira(22) na imprensa que o acusam de ter usado o veículo de um suposto traficante de drogas para passar férias no Brasil.
"O presidente tomou a decisão de trocar o ministro do Interior. Esta decisão é baseada na profunda convicção e necessidade de salvaguardar a legitimidade do Ministério do Interior, que pode ser afetada pelos acontecimentos recentes", disse o porta-voz do presidente, Hernán Hutteman, em uma entrevista coletiva de imprensa.
O chefe de Estado nomeou o conselheiro presidencial Federico González como chefe da pasta para substituir Giuzzio.
O jornal La Nación de Asunción publicou nesta terça-feira uma foto do ministro destituído ao lado do brasileiro Marcus Vinicius Marques de Pádua, preso há uma semana por envolvimento em tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Também divulgou um gráfico do veículo blindado que Giuzzio usou no Brasil.
Marques de Padua é proprietário de uma empresa de equipamentos de segurança e blindagem veicular no Paraguai.
"Indo para o Brasil (de férias) tive um problema com meu veículo. Chamei o Sr. Marcus, que eu conhecia porque ele estava me oferecendo coletes e equipamentos para proteção pessoal (da Polícia)", disse Giuzzio a jornalistas.
"Quem não alugou um veículo nos últimos tempos? Era um caso de emergência e a opção era totalmente válida. Não conhecia outra pessoa naquele local", disse Giuzzio em sua defesa ao admitir o fato. O ex-ministro afirmou desconhecer as acusações contra o suspeito detido.
"Ele se apresentava como um investidor. Tinha uma próspera indústria de blindados (para veículos) e oferecia produtos bastante inovadores, úteis para a logística de defesa pessoal da Polícia."
Giuzzio disse que a empresa brasileira foi inclusive aprovada pela Diretoria de Material de Guerra do Paraguai.
O seu substituto na pasta disse que o presidente o instruiu a continuar "no firme combate ao crime organizado, crimes conexos e ilegalidade, além de tomar medidas firmes e decisivas" para cumprir sua função.