Publicada em 11/02/2022 às 10h43
Porto Velho, RO – No final do ano passado, o Rondônia Dinâmica veiculou editorial intitulado “Os possíveis candidatos ao Governo de Rondônia e quem deverão apoiar à Presidência da República em 2022”.
À ocasião, os engendramentos políticos já estavam em processo de construção; gradualmente, nomes passarram a pulular nas manchetes locais, saindo das respectivas tocas.
De lá para cá, algumas coisas mudaram. Por exemplo, sob a sombra do atual presidente Jair Bolsonaro, do PL, deve ficar apenas o regente do Palácio Rio Madeira, Coronel Marcos Rocha, do União Brasil, postulante à reeleição.
Marcos Rogério, o xará, hoje colega de Bolsonaro na legenda de Valdemar Costa Neto, entrou, como o próprio diz, no radar do governo federal para ser líder dos interesses da União no Senado ou ministro.
Nas duas hipóteses, o caminho foi aberto a Rocha para ser, de novo, o candidato excluivo de Bolsonaro em terras rondonienses.
Restaria Ivo Cassol, ainda engessado pela Justiça. Mas até que seu status mude o ex-governador deve ser considerado café-com-leite. Tratar como candidato alguém cujos direitos políticos estão constritos legalmente seria, para todos os efeitos, desonestidade com leitores (as) e futuros eleitores (as).
Tirando isso, apesar da tietagem na curta passagem do presidente por Porto Velho, Cassol disse que não precisa de Bolsonaro. Na visão dele, seria o contrário: o presidente é que precisa dele. Logo, não à toa seu nome do meio é Narciso.
Ele completou dizendo que o morador do Palácio do Alvorada “não é nenhuma Brastemp”.
Em suma, desdenhou. E não deve segurar na mão do regente do País mesmo que consiga se tornar apto à contenda eletiva.
Confúcio Moura, do MDB, vai mesmo de Simone Tebet, do Mato Grosso do Sul. Neste panorama, nada mudou.
Léo Moraes, do Podemos, continua fingindo que Sérgio Moro não existe a fim de evitar desgaste prematuro com apoiadores bolsonaristas. Para a esquerda, o ex-juiz é desonesto; para esse eixo específico da direita, desleal e traidor.
O deputado federal, portanto, segue silente a despeito de o ex-ministro da Justiça do atual governo federal ser tachado com a terceira via lançada pelo partido presidido pelo parlamentar em Rondônia.
O prefeito de Porto Velho Hildon Chaves, do PSDB, declarou a aliados que não será candidato. Ele segue dando as cartas da gestão na Capital, abrindo alas para Mariana Carvalho, correligionária.
Ala dos tucanos quer que o governador de São Paulo João Doria Júnior desista de concorrer à sucessão de Jair Bolsonaro. Porém, se a agremiação mantiver o seu nome rumo ao Planalto Mariana teria de andar de mãos dadas com ele.
Felicidade reina mesmo nos flancos petistas. Como o ex-presidente Lula aparece despontando em pesquisas publicadas até agora a horda vermelha também se apruma pelas paragens do poente.
Se Anselmo de Jesus for mesmo “o cara” do petismo – ou Ramon Cujuí –, certamente a romaria será realizada em torno do lulismo e reinará, para todos os efeitos, a campanha completamente antibolsonarista.
O PT não tem vergonha do seu candidato ao governo nem precia se preocupar com prévia internas em relação ao espectro nacional. A base do discurso e da eleição será o possível retorno de Lula e isto constratará sobremaneira com o oposto: Bolsonaro e adeptos.
A eleição para presidente certamente será decidida nos polos, apesar do discurso ainda insosso sobre terceira via.
De qualquer forma, os palanques presidenciáveis já começaram e se formar em Rondônia.