Publicada em 26/02/2022 às 11h04
A exemplo de várias regiões do País, Rondônia também está tendo problemas com o excesso de chuvas, apesar de estarmos no período de inverno amazônico, quando chove torrencialmente quase todos os dias. Cidades alagadas, rodovias interditadas e sérias dificuldades de deslocamento rodoviário prejudicam o ir e vir das pessoas.
Cacoal, Jaru, Pimenta Bueno, Ariquemes, Ji-Paraná estão sofrendo com rios transbordando inundando ruas, avenidas e atingindo residências. Moradores de Cacoal e Jaru foram bastante prejudicados com as chuvas torrenciais dos últimos dias com os rios Machado e Jamari transbordando na última semana, inclusive com a interdição do tráfego nas BRs 364, a mais importante e movimentada rodovia federal do Estado e na 421, com acessos a Monte Negro e Buritis e ao Estado do Mato Grosso.
Na quinta-feira (24) A 364 foi interditada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), devido a alagamentos na região de Itapuã do Oeste e em Ariquemes. A reabertura só foi possível neste sábado (26), mesmo assim de forma cautelosa e organizada pela PRF.
Os prejuízos foram enormes para Rondônia e Acre, pois o vizinho Estado também depende da BR 364, única ligação dos acrianos com o Centro-Sul. A maioria dos hotéis de Ariquemes e região lotou, porque as pessoas que estavam no interior e retornavam a Porto Velho e região puderam voltar para casa devido a interdição da rodovia.
As chuvas torrenciais ocasionaram problemas de trafegabilidade, felizmente sem as tragédias do Rio de Janeiro, Minas Gerais e outros estados com muitos óbitos.
Quem estava em Ariquemes e resolveu encarar o desvio pelo 5º BEC em direção a Machadinho do Oeste também teve problemas. Como um trecho da estrada é de terra o final da tarde de sexta-feira a opção também estava interditada em razão das carretas que atravessam devido ao piso liso e impedindo a passagem de outros veículos. Quem se arriscou passou por uma aventura, mas com a chegada à noite a opção também foi interditada.
Trafegar pela BR 364 na ligação entre Porto Velho a Vilhena, com cerca de 700 quilômetros é uma aventura. O trecho quase sempre está esburacado no período de inverno amazônico (chuvas), como agora, é chamado de “Corredor da Morte” devido ao número elevado de acidentes, a maioria com vítimas fatais.
Em períodos de safra de grãos (soja e milho) circulam pelo trecho cerca de 2,5 mil carretas, bitrens e treminhões/dia transportando os produtos para o porto graneleiro de Porto Velho, no rio Madeira. A BR foi construída na década de 80, nunca passou por uma restauração, apenas tapa-buracos e restaurações, insuficientes para poder garantir segurança no tráfego.
Desde o início do ano comenta-se que a BR 364 será privatizada, o trecho ente Porto Velho e Vilhena restaurado e duplicado e a instalação de 7 postos de pedágios. Talvez seja o caminho mais curto, mas também o mais elevado financeiramente para o usuário da rodovia, mas certamente teremos a redução drástica dos acidentes e consequentemente dos óbitos.
Quem venha a privatização.