Publicada em 21/02/2022 às 15h23
Os talibãs estão tentando equipar o Afeganistão com um "grande Exército". Suas fileiras incluiriam oficiais e soldados que serviram ao antigo regime - informou nesta segunda-feira(21) um funcionário encarregado de supervisionar o processo.
Latifullah Hakimi, um funcionário de alto escalão do Ministério da Defesa, também explicou que eles conseguiram consertar metade dos 81 helicópteros e aviões abandonados pelas forças dos Estados Unidos e aliados durante sua partida do país em agosto passado.
Segundo Hakimi, os talibãs apreenderam 300.000 armas leves, 26.000 armas pesadas e 61.000 veículos militares.
Depois de tomar Cabul, os talibãs decretaram uma anistia geral e garantiram que nenhuma ameaça pesaria sobre militares, ou funcionários do governo anterior.
Apesar da promessa, a maioria dos ex-altos funcionários do governo e militares foi embora durante as operações que retiraram 120.000 pessoas do país. Os que ficaram evitam se identificar por medo de represálias.
No final de janeiro, um relatório das Nações Unidas acusou os talibãs de matar mais de 100 ex-colaboradores do antigo regime e das forças de segurança afegãs, além de pessoas que trabalharam com tropas estrangeiras.
Embora a integração dos antigos soldados não seja apreciada, os talibãs anunciaram que nomearam dois médicos e altos funcionários do serviço de saúde do antigo Exército nacional para cargos importantes no Ministério da Defesa.
"Continuamos com nosso trabalho para construir um Exército", declarou Hakimi.
"Os profissionais, incluindo pilotos e engenheiros, pessoal de serviço, logística e administração (do regime anterior) têm as suas funções no setor da segurança", explicou.
"Vamos criar um Exército baseado nas necessidades e nos interesses do país", disse Hakimi, sem especificar como estas Forças Armadas serão financiadas.
O país foi cortado da ajuda internacional, que financiava 80% do orçamento afegão. Além disso, os EUA congelaram 9,5 bilhões de dólares em ativos que o Banco Central afegão mantém no país.