Publicada em 17/02/2022 às 08h54
NÃO É SÓ SONHO: CAPITAL TERÁ 100 POR CENTO DE ÁGUA TRATADA E SISTEMA DE COLETA E TRATAMENTO DE ESGOTO, AO CUSTO DE MAIS DE 2 BILHÕES E MEIO
Claro que sempre há os céticos, os que acham que tudo não passa de sonho; apenas um devaneio que jamais sairá do papel. Engana-se esse tipo de gente. Foi de projetos audaciosos, nascidos da cabeça pensante de governantes e homens e mulheres que fazem nosso Brasil tão grande, que chegamos até aqui, mesmo com todas as dificuldades. E com nossos olhos voltados para o futuro! Quando a atual BR 364 foi aberta, no meio da selva, houve os que riram e tinham certeza de que ela jamais ligaria o Brasil com seu norte e sua Amazônia tão distante. Quando os pioneiros enfrentavam doenças e a morte para desenvolverem este canto tão rico do nosso país, os incrédulos eram maioria.
E Rondônia se tornou o Eldorado e Porto Velho uma cidade progressista, mesmo com os imensos obstáculos pela frente. Quem imaginaria que hoje tivéssemos uma cidade tão grande, com tanta gente e um Estado que é líder do agronegócio, apenas para darmos dois exemplos? Pois é com a mesma crença de tantas conquistas, algumas inimagináveis, que temos que saudar a batalha da Prefeitura de Porto Velho para dotar nossa Capital e seus distritos não só de 100 por cento de água tratada, em uma década, mas também de um exemplar sistema de coleta e tratamento de esgoto.
O pontapé inicial foi dado esta semana, quando se começou a ampliar o debate no entorno da Parceria Público Privada, uma PPP que pode representar investimentos iniciais de, no mínimo, 2 bilhões e 500 milhões de reais na nossa cidade, sem que haja participação de dinheiro público.
O prefeito Hildon Chaves comemora o passo importante e, ao mesmo tempo, lamenta que sejamos a 98ª Cidade, entre as 100 maiores do Brasil, nas questões do abastecimento de água e da coleta e tratamento de esgoto. Numa cidade que beira os 600 mil habitantes, a maioria da população toma água de poços amazonas, contaminada e com o esgoto correndo a céu aberto. A primeira audiência pública para tratar do gigantesco projeto do saneamento básico, via sistema PPP, deixou clara a decisão de retirar a concessão da Caerd, que em décadas jamais conseguiu realizar o trabalho para a qual fora contratada, passando-a à iniciativa privada. O plano é dotar a área urbana da Capital, cinco anos após o início das obras, com 70 por cento de água tratada e 95 por cento nos distritos.
Em dez anos, a meta é dotar a cidade com 100 por cento de água e coleta e tratamento de esgoto. Para Hildon, esta será a maior obra da história de Rondônia, com investimentos iniciais de 2 bilhões e 500 milhões de reais, podendo chegar até a 3 bilhões de reais.
Todo o projeto levará 17 anos.
Não é um sonho, um devaneio. É uma proposta viável, que depende não só do poder público, mas também do apoio da população. Já superamos desafios imensos. É hora de começarmos a pensar numa nova cidade e numa nova qualidade de vida para Porto Velho.
Uma década e meia passa rápido.
Pior seria se, no final dela, continuássemos vivendo da água contaminada e do cocô correndo nas ruas. Acreditemos, pois!
TRÁFICO AUMENTA E APREENSÕES TAMBÉM. MAS SÓ OS PEQUENOS CRIMINOSOS SUPERLOTAM AS CADEIAS...
É impressionante o resultado de algumas poucas ações policiais em diferentes regiões do Estado, neste início de 2022, em relação à apreensões de drogas e prisões de traficantes. A cocaína que vem da Bolívia, atravessa a fronteira, passa por Rondônia e vai para outras regiões do país, além, é claro, de acabar na Europa ou nos Estados Unidos, grandes mercados consumidores. Só numa barreira, policiais que cuidam da fronteira descobriram mais de uma tonelada de cocaína pura. Em outras ações, em várias cidades, vários traficantes foram pegos, resultando em mais cerca de meia tonelada apreendidas. Os criminosos estão cada vez mais ousados. Utilizam rotas conhecidas e outras estão sendo descobertas. A cocaína sai do produtor local e dá aos traficantes locais, algo em torno de 450 reais o grama e é vendido, nos mercados internacionais, por até 13.500 mil reais o grama, ou seja, 30 vezes mais. Por aqui, a maioria dos envolvidos com o tráfico são pequenos criminosos, que ganham às vezes 500 reais, 1 mil reais, até 5 mil, dependendo do tamanho do transporte da droga. São estes que acabam superlotando as cadeias. Entre os presos, o número de mulheres envolvidas com o tráfico e presas, é cada vez maior. Neste mundo cão, contudo, os grandes traficantes, aqueles que vivem vidas milionárias, continuam à solta, comandando o crime organizado, dominando as cadeias e usando mão de obra barata. No final de contas, é bom que se diga: o tráfico aumenta cada vez mais e as apreensões também, mas, claro, estas jamais chegam perto de acabar com aquele.
ANO LEGISLATIVO COMEÇA COM DESTAQUE À UNIÃO DOS PODERES E ESFORÇO PELA APROVAÇÃO DO NOVO ZONEAMENTO
A Assembleia retomou suas atividades normais, com a abertura do ano legislativo, com a presença do governador Marcos Rocha; o presidente do TJ, desembargador Alaor Diniz; do representante do MP, Barros Silveira e do presidente do Tribunal de Contas, Paulo Cury, entre muitas outras autoridades. O presidente Alex Redano, no discurso de abertura, destacou os “avanços, desafios e a contribuição do Parlamento para Rondônia, que mesmo em meio à pandemia aprovou matérias e debateu temas relevantes”. Disse ainda que “a celeridade nas aprovações das matérias, a exemplo da aprovação do grande pacote de investimentos do Governo, com o Tchau Poeira, o Governo na Cidade e Governo no Campo, com mais de 800 milhões aplicados nos municípios, comprovam esse comprometimento". Marcos Rocha fez questão de destacar a parceria entre os dois poderes e o grande apoio que os deputados têm dado em todas as questões que representem avanços para Rondônia. Depois do evento, ao falar com a imprensa, Rocha destacou que o maior desafio neste ano, tanto para o Executivo quanto para o Legislativo, é concluir a questão da nova lei do Zoneamento Sócio-Econômico do Estado. Em nome dos deputados, falou o emedebista Jean Oliveira, destacando o papel do legislativo e afirmando que tornar Rondônia um Estado ainda melhor para se viver, deve ser a grande meta dos poderes.
DEPUTADOS ENFRENTARÃO ANO DE TRABALHO DOBRADO, NESTE ANO EM QUE A GRANDE MAIORIA BUSCA A REELEIÇÃO
Os deputados estaduais rondonienses, aliás, terão um ano bastante atípico, porque, além de terem que cumprir suas obrigações no Parlamento, todos os que concorrem à reeleição vão ter que correr também atrás do eleitor. O presidente Alex Redano, cujo comando na ALE tem merecido muitos elogios, terá que usar todo o seu jogo de cintura, para comandar toda essa situação, neste ano diferente. Dos atuais 24 parlamentares, pelo menos 22 estarão na disputa, caso o quadro não mude mais à frente, já que há nomes cotados para uma eventual candidatura ao Senado e outro à Câmara Federal. Eles terão que percorrer suas bases como nunca o fizeram, porque a perspectiva é de que venham, para essa disputa, um enorme grupo de candidatos loucos para tomar as cadeiras dos atuais ocupantes. Há um grupo de deputados que se pode considerar de bons de voto, que fizeram um ou mais mandatos bastante produtivos e que, certamente, retornarão em 2023. Mas há muitos outros que terão ainda que provar, para suas comunidades e para os que os elegeram, que ainda merecem permanecer no Parlamento rondoniense. Na última eleição, a de 2018, o índice de renovação na Assembleia foi de 40 por cento, ou seja, 14 antigos receberam mais um mandato e 10 novos assumiram. Dos 24 parlamentares, Adailton Fúria foi eleito prefeito de Cacoal e houve, ainda, três cassações de mandato. Como será a renovação neste ano?
DO CONE SUL, JAIME BAGATTOLI, AQUELE QUE QUASE TIROU CONFÚCIO DO SENADO, VEM AÍ OUTRA VEZ!
Vem do Cone Sul um novo personagem da nossa política, ainda não totalmente conhecido por todos os rondonienses, embora já tenha tido uma quase vitoriosa campanha para o Senado, na onda bolsanarista da eleição de 2018. Jaime Bagattoli apareceu do nada, para o restante do Estado, já que era conhecido apenas na sua região. Foi ele quem apoio diretamente, desde o começo, a candidatura do então também pouco conhecido em várias regiões de Rondônia, o Coronel Marcos Rocha, que acabou surpreendendo e vencendo a eleição, até com boa distância do segundo colocado, atingindo mais de 530 mil votos, 66,34 por cento do total. Embora tenha muito dinheiro, Bagatolli fez até uma campanha modesta. É icônica a cena dele, em frente ao palácio Rio Madeira/CPA, em cima de um caminhão pequeno e com um alto-falante, pedindo votos em Porto Velho. Quando os votos foram computados, Marcos Rogério e Confúcio Moura foram os eleitos, mas Bagattoli bateu na trave. Ficou em terceiro, para as duas vagas, mas apenas 18.077 votos o separavam do poderoso duas vezes ex-governador. Depois disso, Bagattoli e Marcos Rocha romperam, por motivos jamais tornados públicos, mas nos bastidores se ouve que o empresário de Vilhena queria uma fatia do poder e Rocha não topou. Agora, Bagattoli vai concorrer novamente ao Senado, embora há quem afirme que ele ainda pode entrar na briga pelo Governo. Vai se filiar ao PL de Bolsonaro. Esperemos, pois!
EXPEDITO QUER MUITOS CANDIDATOS AO SENADO. SERÁ QUE A TÁTICA VAI DAR CERTO?
Por falar em Senado, segundo raciocínio de um experiente político rondoniense, falando a esse blog, o ex-senador Expedito Júnior está usando uma tática que pode dar certo. Ele tem procurado incentivar o maior número de postulantes à única cadeira a que de Rondônia tem direito, neste ano. Já são pelo nove. Além dele, Jaqueline Cassol, Jaime Bagattoli, Daniel Pereira, Amir Lando, Léo Moraes (se não for ao Governo); Jesualdo Pires (se não concorrer à Câmara Federal); Fátima Cleide ou Ramon Cujuí, ambos do PT; Acir Gurgacz, que ainda depende de decisão judicial). Nomes como os da deputada Mariana Carvalho, do ex-senador Ernandes Amorim e do presidente da Assembleia, Alex Redano, também têm sido citados como possíveis concorrentes, embora a grande maioria deles não confirme. Por que Expedito quer múltiplas candidaturas? Pelos seus cálculos e dos seus apoiadores, ele seria o nome mais conhecido entre os concorrentes e com votos em todas as regiões do Estado. Na última disputa que participou, pelo governo de Rondônia, chegou a vencer no primeiro turno, mas foi derrotado no segundo, apesar de ter atingido mais de 269 mil votos. Os aliados a Expedito acreditam que ele possa ter, para o Senado, uma votação bastante expressiva, enquanto seus concorrentes dividiriam o restante do eleitorado. Equação simples, pois! Nesse raciocínio, se ele e seus seguidores estiverem corretos, a multiplicidade de nomes beneficiaria ainda mais a Expedito. Agora falta combinar com o eleitor...
PRESIDENTE NACIONAL E O REGIONAL TROCAM ELOGIOS NA POSSE DA NOVA DIRETORIA DA OAB
“O brilhantismo de seu currículo profissional, presidente Márcio Nogueira, é um testemunho de uma trajetória de entrega ao Sistema OAB. Sua história é, portanto, uma declaração pública de vínculo e de amor à advocacia rondoniense”. As palavras do recém empossado presidente da AOB nacional, Beto Simonetti, na solenidade de posse da nova diretoria da seccional de Rondônia da entidade, na última segunda-feira, prestigiada pelas maiores autoridades do Estado e por um grande número de profissionais da área. O novo comandante da OAB rondoniense retribuiu o elogio, dizendo que “a advocacia brasileira não poderia ter neste momento um líder mais adequado para enfrentar os desafios desta quadra do que Beto Simonetti. Tenho certeza que serão três anos gloriosos, uma Ordem feita pela advocacia para a advocacia”. A cerimônia foi promovida pela OAB/RO, no Teatro Estadual Palácio das Artes. Tomaram posse a diretoria eleita da Seccional, Márcio Nogueira (presidente); Vera Paixão (vice-presidente); Aline Silva (secretária-geral); Larissa Rodrigues (secretária-geral adjunta) e Marcos Zani (diretor-tesoureiro). Também foram empossados os conselheiros seccionais e os membros da CAARO: Elton Fülber (presidente); Glória Chris Gordon (vice-presidente); Vinícius Noé (secretário-geral); Lúcia Oliveira (secretária-geral adjunta); Everthon Melo (tesoureiro) e os membros Jeanderson Valério e Terezinha Silva.
VAMOS LER MAIS SOBRE JABOR E OUTROS COMO ELE, PORQUE DA GERAÇÃO QUE OS SUCEDEU, MUITO POUCO TEMOS A APRENDER
O Brasil tem perdido, uma atrás do outro, alguns dos seus maiores intelectuais, nenhum deles substituídos por novas gerações de pensadores e realizadores, que poderiam ajudar a mudar e a melhorar nosso país, como o fizeram alguns destes que estão nos deixando. O último deles, Arnaldo Jabor, morreu aos 81 anos, deixando uma obra inesquecível, tanto cinematográfica, quanto literária ou na TV. Alguns dos filmes que atuou como diretor, estão entre as mais importantes produções da história do nosso cinema. Obras como “Toda a Nudez Será Castigada”, “O Casamento” e “Eu te Amo!” são antológicas e, jamais, desde a década de 70, apareceu qualquer coisa parecida, em termos de qualidade. Alguns dos seus comentários nos telejornais da Rede Globo, ficaram na história da Televisão nacional. Seus livros são leitura obrigatória. Deixou, para seu país e seu povo, frases inesquecíveis, sempre contestando, sempre ironizando, sempre ensinando. Uma delas: “No Brasil, os honestos não fazem sucesso nem em suas próprias casas”. Outra: “Ser subdesenvolvido não é "não ter futuro"; é nunca estar no presente...” Ainda: “Steve Jobs pegou a maçã que caiu na cabeça de Isaac Newton e mordeu para nos libertar do insuportável paraíso da ignorância”. Tem centenas de outras. Vale a pena ler mais sobre Arnaldo Jabor e muitos outros como ele, que estão nos deixando, um a ano. Aproveitemos os ensinamentos deles, porque, pelo menos na geração que os sucederam, não temos quase nada a aprender.
PERGUNTINHA
Você acha que estivemos mesmo na iminência de uma Terceira Guerra Mundial, com a ameaça de confronto entre Rússia e países do Ocidente ou tudo não passou de uma encenação de poderosos para amedrontar o mundo?