Publicada em 22/02/2022 às 14h49
O Presidente da Turquia cancelou a visita à Guiné-Bissau, prevista para quarta-feira, devido à situação na Ucrânia, segundo a imprensa turca. Recep Tayyip Erdogan deve regressar ainda esta terça-feira (22.02) a Ancara.
O Presidente turco devia realizar na quarta-feira uma visita de algumas horas a Bissau, mas a sua deslocação será "adiada" para data posterior, segundo a agência oficial Anadolu e a televisão turca.
Erdogan deslocava-se à Guiné-Bissau, depois de visitas à República Democrática do Congo e ao Senegal.
Em Bissau, Recep Tayyip Erdongan tinha previsto uma reunião com o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, por quem seria condecorado. Estava igualmente prevista uma reunião entre delegações dos dois países para debater a cooperação bilateral.
A Presidência da Guiné-Bissau ainda não deu informação oficial sobre o cancelamento da visita, mas o gabinete de comunicação cancelou o ensaio técnico marcado para hoje, bem como o levantamento das credenciais para acompanhar a visita do Presidente turco.
Tensão Rússia-Ucrânia
O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou, na segunda-feira à noite, um decreto que reconhece as regiões separatistas de Lugansk e de Donetsk, no Donbass (leste), e ordenou a entrada das forças armadas russas naqueles territórios ucranianos numa missão de "manutenção da paz".
O Presidente turco criticou hoje o reconhecimento pela Rússia das regiões separatistas no leste da Ucrânia e exortou ao cumprimento do direito internacional. "Consideramos a decisão inaceitável", disse Erdogan, ainda durante a sua visita oficial no Senegal.
"Convidamos as partes envolvidas a agir com senso comum e a cumprir o direito internacional", complementou o chefe de Estado.
Erdogan, que tem laços amigáveis tanto com a Rússia como com a Ucrânia, procurou acolher os líderes dos dois países para uma cimeira tripartida na Turquia a fim de aliviar as tensões. Mas ainda aguarda uma resposta de Moscovo, depois de ter tido um sinal positivo de Kiev.
A decisão de Putin também foi condenada pela generalidade dos países ocidentais, que temiam há meses que a Rússia invadisse novamente a Ucrânia, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.