Publicada em 24/02/2022 às 15h17
O conselheiro da Presidência ucraniana, Mykhailo Podolyak, informou que a Rússia ocupou a usina nuclear de Chernobyl nesta quinta-feira (23).
De acordo com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, os militares da Ucrânia atuavam no local para evitar que a mesma tragédia de 1986 se repita, quando uma explosão nuclear matou cerca de 9 mil pessoas conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS). O medo é que a batalha danifique instalações de armazenamento de lixo nuclear.
O líder do governo ucraniano informou ainda que diversas sanções da União Europeia estão “se aproximando” para deter os russos.
“Esta é uma declaração de guerra contra toda a Europa”, reiterou Zelensky.
Entenda o conflito
A tensão entre os dois países é antiga. No fim de 2013, protestos populares fizeram com que o então presidente ucraniano Víktor Yanukóvytch, apoiado por Moscou, renunciasse. Na época, os ucranianos debatiam uma possível adesão à União Europeia.
Em 2014, a Rússia invadiu a Ucrânia e anexou o território da Crimeia, incentivando separatistas pró-Rússia desde então. Em 2015, foram firmados os Acordos de Minsk que decretavam um cessar-fogo, entre outros pontos, e proibiam Moscou de apoiar os rebeldes e Kiev deveria reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias autônomas.
Apesar disso, o conflito continuou, o cessar-fogo não foi respeitado e cerca de 10 mil pessoas morreram desde então.
Em novembro de 2021, a Ucrânia se movimentou para fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar criada após a Segunda Guerra Mundial. A Rússia se sentiu ameaçada e iniciou exercícios militares na fronteira com o país vizinho, exigindo que a nação nunca se torne um membro.
A tensão se estendeu e, nesta semana, se agravou após o presidente russo reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias independentes, causando sanções por parte do Ocidente e a invasão nesta quinta-feira (24).