Publicada em 09/02/2022 às 15h33
O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, convidou nesta quarta-feira (9) a Rússia para uma conversa sobre a Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), através de uma carta em nome dos 27 Estados-membros e à qual a AFP teve acesso.
A OSCE é um órgão de prevenção de conflitos que inclui tanto os membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) quanto a Rússia.
Segundo fontes europeias, a carta, endereçada ao chanceler russo Serguei Lavrov, foi entregue nesta quarta-feira ao embaixador da Rússia em Bruxelas.
Na carta, Borrell menciona que o convite é uma resposta do bloco às cartas que Lavrov enviou a vários de seus colegas europeus pedindo uma interpretação do conceito de "indivisibilidade da segurança".
Nessas cartas, Lavrov pediu respostas em uma base "nacional" e não em nome do bloco.
Os países da UE lembram que a OSCE "é o fórum adequado para responder às preocupações de segurança de todas as partes interessadas, em complemento com outros organismos existentes, em particular o Conselho Otan-Rússia".
Na carta assinada em nome dos países da UE, Borrell reitera seu "pedido para que a Rússia diminua a escalada e encerre sua movimentação militar na fronteira com a Ucrânia, bem como em Belarus".
"Continuamos profundamente preocupados com a situação atual e acreditamos firmemente que as tensões e desacordos devem ser resolvidos por meio do diálogo e da diplomacia", ressalta o documento.
Esta resposta europeia foi elaborada em consulta com os Estados Unidos e a Otan.
A Aliança Atlântica apresentará, por sua vez, uma carta semelhante, segundo fontes consultadas.
"Com nossos parceiros da Otan, a União Europeia está pronta para continuar o diálogo com a Rússia sobre os meios para fortalecer a segurança de todos", diz.
A Rússia exige o fim do alargamento da Otan para o Leste Europeu, na direção das fronteiras com a Rússia.
Também exige a rejeição da adesão da Ucrânia e da Geórgia, aceita em 2008, e a retirada dos meios militares da aliança militar transatlântica dos países do Leste Europeu, que Moscou considera uma ameaça à sua segurança.
A Rússia já mobilizou mais de 100.000 efetivos e recursos militares significativos em suas fronteiras com a Ucrânia.