Publicada em 12/03/2022 às 10h20
A Arábia Saudita confirmou neste sábado (12) uma proibição de viagem de 10 anos ao blogueiro dos direitos humanos libertado Raif Badawi, que se tornou um símbolo da liberdade de expressão em todo o mundo.
"A sentença imposta a Rafi foi de 10 anos de prisão, além de uma proibição de viagem pelo mesmo tempo. A decisão do tribunal permanece e é firme", disse à AFP um funcionário do Ministério do Interior, que pediu anonimato.
"Portanto, ele não pode deixar o reino por mais 10 anos, a menos que um indulto (real) seja emitido", disse a mesma fonte, um dia depois de Badawi ter sido libertado da prisão.
Badawi, 38, foi preso na Arábia Saudita em 2012 sob a acusação de "insultar o Islã". No final de 2014, ele foi condenado a 10 anos de prisão e 50 chicotadas por semana durante vinte semanas.
Seu primeiro açoitamento na Praça Jeddah do reino chocou o mundo e foi rotulado pelas Nações Unidas como "cruel e desumano". Depois dessas críticas, não foi chicoteado novamente.
A esposa de Badawi, Ensaf Haidar, que vive no Canadá com seus três filhos, revelou à AFP na sexta-feira que ele ligou para ela e foi libertado.
Mais tarde, um funcionário do departamento de segurança confirmou a notícia, embora não tenha fornecido mais detalhes sobre sua libertação.
A irmã de Raif Badawi, Samar Badawi, assim como a ativista Nassima al-Sadah, libertada em 2021, também permanecem presas no reino.
A província canadense de Quebec abriu o caminho para Badawi se mudar para o país norte-americano, se assim o desejar, depois de colocá-lo em uma lista prioritária para imigrantes.