Publicada em 23/03/2022 às 08h43
A agência estatal ucraniana responsável pela zona de exclusão da Central Nuclear de Chernobyl acusou, nas últimas horas, as forças russas de terem destruído um novo laboratório no complexo dedicado à gestão de resíduos radioativos.
A ocupação russa da central nuclear, desativada após o desastre de 1986, concretizou-se logo no início da invasão da Ucrânia, no fim de fevereiro.
O laboratório abriga "amostras altamente ativas e amostras de radionuclídeos que estão agora nas mãos do inimigo", segundo a agência estatal ucraniana responsável pela zona de exclusão. As autoridades ucranianas lembram que o laboratório agora destruído foi inaugurado em 2015 e custou 6 milhões de euros, em projeto apoiado pela Comissão Europeia.
Os radionuclídeos são átomos de elementos químicos que libertam radiação.
"Esperamos que só cause dano a si mesmo e não ao mundo civilizado", diz a agência em comunicado.
A agência nuclear da Ucrânia tinha afirmado, na segunda-feira, que os monitores de radiação em torno da Central de Chernobyl haviam deixado de funcionar. A informação gerou preocupações entre especialistas.
Rotação de turnos
Também na segunda-feira, a Agência Internacional de Energia Atómica (Aiea) adiantou que os trabalhadores ucranianos na Central de Chernobyl, que asseguravam as operações desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro, foram substituídos, no fim de semana, por outra equipe. Todo os profissionais são oriundos da localidade vizinha de Slavutych.
"O novo turno inclui dois supervisores, em vez de um habitual, para assegurar que há reserva disponível no local", acrescentou a Aiea.
A agência das Nações Unidas citou entendimento firmado com os russos tendo em vista a organização das rotações de turnos.