Publicada em 19/03/2022 às 08h56
Porto Velho, RO – O senador de Rondônia Marcos Rogério, do PL, sem Ministério ou indicação formal para assumir a liderança do governo federal na Câmara Alta, decidiu.
Mas decidiu em decorrência de outro fator preponderante: com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre alínea específica relacionada à Lei da Ficha Limpa, trecho em que dita regras sobre período de inelegibilidade, o ex-govenador Ivo Cassol, do Progressistas, está fora do pleito em 2022.
A grande realidade é que todos os potenciais adversários temiam sua popularidade, porém de forma velada, sem exteriorizar o pavor ligado à remota possibilidade. Popularidade esta, frise-se, envolta apenas a si mesmo, dificilmente se estendendo a terceros apontados pelo seu “dedo podre”.
CONFIRA
Em entrevista, senador Marcos Rogério confirma que será candidato ao Governo de Rondônia
A despeito do temor, o único a admitir o desespero foi justamente Marcos Rogério. E o fez na última sexta-feira (18) durante entrevista concedida à Plan FM 101.7, de Ji-Paraná.
Tergiversando, como de praxe, em cima de um questionamento feito por determinado representante da bancada de entrevistadores, o membro do Congresso Nacional alegou que tudo mudou após o bater do malhete lançado pela Suprema Corte .
E como quem praticamente se autodescreve como a “luz no fim do túnel”, óbvio, aproveitou o ensejo para se postar como opção do “time” ao Palácio Rio Madeira.
E não esperou sequer o “corpo político” de Cassol esfriar para tirar as “asinhas de fora” e eleger seu principal alvo no pleito vindouro: Coronel Marcos Rocha, do União Brasil, atual regente do Poder estadual, passou a receber saraivadas de críticas durante o programa.
De todos os tipos, de todos os lados. E aí o homem que até então se acovardou – como dito, ele mesmo admitiu –, para outro eventual competidor encheu o peito de coragem, destemor, iniciativa, intrepidez e valentia no intuito de esbofetear retoricamente o componente “vidraça” deste ano.
Porque é o que ocorrerá com Rocha: se em 2018 era “pedra”, hoje, quase quatro anos após pegar as rédeas administrativas do Estado, torna-se, naturalmente, a peça principal para receber as abalroadas dos que querem sua cadeira, de quem caça a sucessão.
No caso específico entre xarás, como o Rondônia Dinâmica já frisou anteriormente, a campanha começa antes do tempo. E não, não como propaganda eleitoral extemporânea, mas na “briga” pela fatia remanescente do bolsonarismo regional.
E aí, a todos eles, inclusive os não citados, fica o ensinamento do escritor português José Saramago (1922/2010):
“Ter como objetivo vital o triunfo pessoal tem consequências. Mais tarde ou mais cedo, tornamo-nos egoístas, mais concentrados em nós mesmos, insolidários”.