Publicada em 11/03/2022 às 10h18
Professor Nazareno*
O preço dos combustíveis no Brasil não para de aumentar. Nesta segunda semana de 2022, de uma tacada só, a gasolina subiu quase 19 por cento enquanto o diesel subiu 25% e o gás de cozinha 16%. E a alegria explodiu entre muitos brasileiros, principalmente aqueles seguidores do presidente Jair Bolsonaro. É que a cada aumento desses, os números do Mito nas pesquisas eleitorais para presidente também aumentam. No ano passado, por exemplo, quando o gás de cozinha custava uns 90 reais ou até menos, Bolsonaro tinha pouco mais de 21 por cento nas pesquisas. O petista Lula seria eleito no primeiro turno, segundo estas mesmas pesquisas. Hoje com mais este aumento dos combustíveis, Bolsonaro disparou e ultrapassou os 31 por cento nas intenções de votos. Assim, a cada aumento tem-se a certeza da eleição do Mito já no primeiro turno.
Embora ele tenha dito várias vezes que “não manda em nada” quando o assunto é a Petrobras e a sua política de preços, presume-se que mais este aumento nada tenha a ver com o líder dos brasileiros.E o Mito só ganha aplausos, notoriedade e admiração a cadadeclaração dada. Seu competente ministro da Economia, Paulo Guedes, deveria ser laureado com o Nobel de Economia. Durante a campanha em 2018, o futuro ministro Guedes prometeu a botija de gás a 35 reais e gasolina a menos de 2,50 o litro se eles ganhassem as eleições. Ganharam! E três anos depois daquelas “sábias palavras” a gasolina está a quase nove reais e o gás foi para 130 reais a botija de 13 quilos e com perspectivas de aumentarem ainda mais. Os eleitores bolsonaristas vibram de euforia e de satisfação com estes preços altos. Afinal, a popularidade de seu líder também sobe.
A desculpa para o aumento agora é a guerra na Ucrânia. Antes era a pandemia. Deve ter sido por isso que Bolsonaro foi dar solidariedade ao Putin um pouco antes de o presidente russo atacar os ucranianos e iniciar mais um conflito. O raciocínio do Mito é simples: “com uma guerra na Europa, os preços dos combustíveis aumentam no mundo inteiro e como eu não mando na Petrobras nem nessa política de preços, a minha popularidade também aumenta por aqui”. Os pobres, os caminhoneiros, os motoristas de aplicativos e também algumas outras profissões que poderiam ser prejudicadas, receberão um auxílio do governo para calarem a boca e continuarem apoiando e votando no seu ídolo. E a Petrobras tem que dar lucro para os seus acionistas! E isto já aconteceu no ano passado quando a “divina” estatal lucrou quase 107 bilhões de reais.
O povo do Brasil tem que votar e reeleger o Bolsonaro, mesmo com os preços dos combustíveis nas alturas. Com Lula e o PT a coisa pode não dar certo. Triste: quando esteve no poder, a esquerda roubou a estatal como ninguém. Já pensou se Pedro Barusco, Nestor Cerveró, Jorge Zelada, Paulo Roberto Costa, Alberto Yousseff, Renato Duque e tantos outros voltarem ao comando da estatal? E todos eles sendo comandados pela Dilma Rousseff como ministra das Minas e Energia? Melhor nem pensar na tragédia que seria. Assim, vale a pena pagar qualquer preço pela gasolina, pelo diesel e pelo botijão de gás. “Podemos até pagar caro pelos combustíveis, mas temos o nosso nome limpo” é o raciocínio de muitos brasileiros patriotas que voltaram a andar a pé e cozinhar com lenha. Até as eleições que reelegerão Jair Bolsonaro para mais quatro anos como presidente, a gasolina estará uns 15 reais e o gás uns 200. Mas todos felizes!
*Foi professor em Porto Velho
O Jornal Rondônia Dinâmica, deveria cobrar pelo menos a publicação de :verdades pragmáticas" do cotidiano dos cidadãos Rondonienses , e não a elocubracao política como fundamentação de opiniões. Esse jornal já foi mais sério , mesmo em seus espaços " Artigos e Colunas", às quais poucos se debruçam e leem.