Publicada em 22/03/2022 às 08h58
Um tribunal russo considerou, nesta terça-feira (22), o opositor do Kremlin Alexei Navalny culpado de fraude em larga escala e desacato, e o condenaram a mais 13 anos de prisão. Os promotores pretendem transferi-lo para uma colônia penal de segurança máxima.
Navalny já cumpre sentença de dois anos e meio em um campo de prisioneiros a leste de Moscou, por violações de condicional.
O novo processo começou no dia 15 de fevereiro, quando Navalny compareceu com o uniforme da prisão e a cabeça raspada e esteve cercado por guardas.
Navalny é o principal opositor do presidente russo, Vladimir Putin. Ele liderou um movimento que sofreu forte repressão do governo russo, que ordenou sua proibição e persegue seus líderes.
Em 2020, ele sobreviveu a uma tentativa de envenenamento e passou vários meses em recuperação na Alemanha.
Processo na prisão
Navalny, 45 anos, foi condenado a dois anos e meio de prisão em fevereiro de 2021 em outro processo por acusações de fraude, um julgamento que o ativista chamou de político e manipulado.
Ele está preso na colônia penal de Pokrov, 100 km ao leste de Moscou. O processo iniciado em fevereiro foi realizado na penitenciária, o que foi criticado pelos simpatizantes de Navalny como uma forma de limitar a divulgação do julgamento.
No novo processo, os promotores acusaram Navalny de ter desviado mais de US$ 4,7 milhões de doações para as organizações que lidera, um crime que pode resultar em pena de até 10 anos de prisão.
Navalny responsabiliza o presidente russo Vladimir Putin pelo envenenamento, que ainda não foi investigado em seu país, já que as autoridades afirmam que não há provas e que a Alemanha não compartilhou as análises médicas.
Navalny foi incluído em uma lista oficial de "terroristas e extremistas", como parte da campanha de repressão contra vozes dissidentes que também afetou seus principais colaboradores, que partiram para o exílio.
O Fundo de Luta contra a Corrupção (FBK), uma das principais organizações vinculadas ao opositor, também foi incluída na lista. A decisão provocou o fechamento da entidade e o início de vários processos contra ativistas.