Publicada em 05/03/2022 às 10h03
Porto Velho, RO – A despeito do exagero, quando o senador Confúcio Moura, do MDB, disse que ninguém ganha eleição sem apoio da sua legenda, o blefe guarda, sim, um fundo ínfimo de verdade.
De fato, uma mentira bem contada, com ar de realidade prática.
O peso da sigla emedebista com seus representantes é bastante significativo numa contenda eletiva e, dependendo das coisas, quando não há uma “onda” espontânea varrendo tudo, pode, sim, fazer alguma diferença. Não chega ao tamanho da soberba da frase entoada, porém, numa bola dividida, óbvio, qualquer solapada é bem-vinda.
Por isso o mais fisiologista dos partidos não entra no jogo para perder. Nunca entrou e não seria agora a primeira vez.
Daí a necessidade de “namorar” alguém de fora desde que o próprio Moura declarou que não concorrerá ao Palácio Rio Madeira em 2022.
No encontro da agremiação para discutir o futuro regional, Léo Moraes, do Podemos, já surgia como peça principal no encaixe pretendido.
Poligâmico, o MDB sabe que não é suficiente, por isso, apesar de abraçar o deputado federal fitanto-o “apaixonadamente”, dá uma das mãos para o atual governador Coronel Marcos Rocha, do União Brasil, enquanto com a outra afaga o promissor Vinícius Miguel, do Cidadania.
Isto tudo sem contar as perninhas enlaçadas com Marcos Rogério, do PL de Jair Bolsonaro, presidente da República, completando o quadro de seu apetite insaciável pelo Poder. Uma novela previsível cujo enredo se repete a cada dois anos.
Caciques emedebistas como Confúcio; Lúcio Mosquini, líder da bancada federal; o deputado estadual Jean de Oliveira; o ex-senador Valdir Raupp; Amir Lando e por aí vai – há tantos outros –, estão preocupados com suas próprias trajetórias sem perder de vista o pacote, a construção do caminho que regerá a interação política a partir de 2023.
E para potenciais adversários, subestimar esse apetite é já sair perdendo na largada.