Publicada em 10/03/2022 às 08h38
O Reino Unido impôs, nesta quinta-feira (10), sanções a mais sete magnatas russos, congelando seus ativos no país e proibindo viagens ao território britânico. Entre os atingidos está o dono do Chelsea, Roman Abramovich.
“Não pode haver refúgio para aqueles que apoiaram o violento ataque de Putin à Ucrânia”, disse o primeiro-ministro Boris Johnson. “As sanções de hoje são o mais recente passo do Reino Unido no apoio inabalável ao povo ucraniano”.
“Seremos impiedosos na perseguição àqueles que permitem a morte de civis, a destruição de hospitais e a ocupação ilegal de aliados soberanos”, acrescentou o premiê.
Além de Abramovich, foram atingidos pelas sanções Igor Sechin, presidente executivo da petrolífera estatal russa Rosneft; Andrey Kostin, presidente do banco VTB; Alexei Miller, presidente da empresa de energia Gazprom; Nikolai Tokarev, presidente da empresa estatal russa de oleodutos Transneft; Oleg Deripaska, antigo sócio de Abramovich e diretor executivo do grupo industrial Basic Element; e Dmitri Lebedev, presidente do Conselho de Administração do Banco Rossiya.
No total, segundo o governo britânico, os sete têm património líquido coletivo de cerca de 15 bilhões de libras.
Além do congelamento de bens e da proibição de viagens para o Reino Unido, nenhum cidadão ou empresa britânica pode fazer negócios com os sete magnatas russos.
Roman Abramovich
Para o governo britânico, Abramovich “recebeu tratamento especial e concessões” do Kremlin e, por meio de suas ligações na área dos negócios, esteve “envolvido na desestabilização da Ucrânia, minando e ameaçando a integridade territorial, a soberania e a independência” desse país do Leste europeu.
O Ministério britânico dos Negócios Estrangeiros acusa Roman Abramovich de estar ligado à empresa de siderurgia Evraz PLC, da qual detém participação significativa e sobre a qual exerce controle. A empresa poderá ter fornecido aço às forças militares russas para a fabricação de tanques de guerra.
As sanções a Abramovich deverão ter forte impacto no Chelsea Football Club, do qual o oligarca russo é dono.
A secretária britânica da Cultura, Nadine Dorries, adiantou que foi emitida licença especial que permite a realização dos jogos do clube, assim como o pagamento aos jogadores e funcionários. Apenas Abramovich será privado de todos os benefícios provenientes do Chelsea.
“Sei que isso traz algumas incertezas, mas o governo vai trabalhar com a Liga e com os clubes para que o futebol continue a ser jogado, enquanto asseguramos que as sanções atinjam os alvos pretendidos”, disse Nadine.
Oligarcas são "cúmplices"
A ministra dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Liz Truss, disse, por sua vez, que "as sanções de hoje mostram mais uma vez que oligarcas e cleptocratas não têm lugar na economia ou na sociedade do país".
"Com laços estreitos com Putin, eles são cúmplices da agressão à Ucrânia", justificou.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 516 mortos e mais de 900 feridos entre a população civil. Mais de 2,1 milhões de pessoas fugiram para países vizinhos, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).
A invasão russa foi condenada comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento à Ucrânia e o reforço de sanções econômicas a Moscou.