Publicada em 15/04/2022 às 09h43
Porto Velho, RO – Guerra de facções ou grupo de extermínio? Esta é a pergunta que fica no ar – e sem resposta –, com tantos assassinatos em Rondônia. Execuções em Porto Velho, especialmente de pessoas que já cometeram crimes.
Na cabeça de ala da sociedade embriagada pela estupidez, atrocidades válidas, porque “bandido bom é bandido morto”.
Uma ideia bizarra vinculada ao Código de Hamurabi, compilado normativo com origem na Mesopotâmia e baseado na Lei de Talião.
“Olho por olho, dente por dente”. Era o que imperava na Humanidade entre 1792 e 1750 a.C.
Depois veio Jesus e ensinamentos como “dê a outra face” e “amai-vos uns aos outros”, porém alguns de seus adeptos, de moral seletiva, os absorveram para aplicar somente a eles mesmos, seus familiares, amigos e colegas. De resto, ainda vigora a Lei de Talião no âmago de suas existências.
Na vida real, a despeito dessa necessidade remota de vingança, existem tanto a Constituição Federal quanto as leis infraconstitucionais, entre elas Código Penal e Código de Processo Penal.
E esse arcabouço existe para servir à Justiça. Para que pessoas acusadas tenham o direito ao contraditário e à ampla defesa. E aí, caso haja condenação, cumpram as sentenças de acordo com a gravidade dos atos que cometeram.
Às vezes é frustrante? Sim. O Judiciário erra? Muito. As leis são frágeis? Também. As penas banais? Em vários casos.
Agora, não há diploma legal que autorize o morticínio de quem quer que seja. E os promotores do massacre são tão criminosos quanto os executados. Até mais em determinadas situações.
Há pouco o Rondônia Dinâmica lançou um editorial denominado: "Rondônia sitiada: violência impera no estado com ebulição de guerra de facções, assaltos, assassinatos, arrastão e até sequestro”.
O texto cobrava posição do titular da Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec/RO) o coronel José Hélio Cysneiros Pachá.
E cadê o Pachá? Até agora não há uma resposta das hostes institucionais sobre esse avanço aparentemente irrefreável da violência no território rondoniense.
As gangues donimam os conjuntos habitacionais; desafetos são alvejados e mortos; e os noticários especializados em reportagens policiais pululuam com tantos casos.
Os moradores precisam saber que o Estado tem secretário de Segurança. E também é dever do governador Coronel Marcos Rocha, do União Brasil, corroborar com essa lembrança.
Rondônia não é fórum de tribunal de exceção para marginais, sejam de facçções, sejam de grupo de extermínio, justiceiros.
Urge a necessidade de um ponto final para o descalabro no setor.