Publicada em 07/04/2022 às 10h18
A candidata francesa de extrema-direita Marine Le Pen defendeu, nesta quinta-feira (7), a proibição do uso do véu islâmico em público, caso os franceses a elejam como presidente nas eleições de abril, e a "multa" para mulheres que o usam.
"Serão multadas da mesma forma quando se proíbe o cinto de segurança. E me parece que a polícia consegue fazer cumprir essa medida muito bem", disse Le Pen à rádio RTL.
A candidata presidencial do Agrupamento Nacional (RN), partido herdeiro da Frente Nacional, assegurou que "os islamitas usaram o véu nos últimos 20 anos como uniforme e como sinal de progresso" de suas ideias.
Le Pen, que não proibiria o uso da kipá judaica em público, ameaça uma vitória para o presidente centrista, Emmanuel Macron, na votação de 24 de abril, de acordo com as pesquisas, que apontam os dois como vencedores do primeiro turno no domingo.
Em janeiro de 2021, Le Pen apresentou seu plano para combater as "ideologias islâmicas", que na sua opinião são "totalitárias" e estão "em todos os lugares". Sua proposta é apagá-las da esfera pública, como acontece com o véu.
"Não se trata de atacar a liberdade de consciência", disse então o deputado Jean-Paul Garraud, que Le Pen nomearia ministro da Justiça se for eleita.
Para este ex-magistrado, o objetivo é "proibir externamente qualquer forma de expressão pública de opiniões que, por si só, constituam uma grave perturbação da ordem pública", como já acontece "com o nazismo".
A França, um país laico, proibiu o uso de sinais religiosos visíveis, como véus, nas escolas desde 2004, e os funcionários públicos estão sujeitos ao princípio da "neutralidade".